O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se posicionaram neste domingo (3) sobre o Pandora Papers. Uma série de reportagens mostra que ambos tiveram participações em offshores localizadas em paraísos fiscais.
Os dois disseram que as empresas foram declaradas à Receita Federal e para as demais autoridades brasileiras. Também afirmaram que não violaram a legislação. A offshore Dreadnoughts Internacional, nas Ilhas Virgens Britânicas, foi fundada pelo ministro e sua filha em setembro de 2014. A companhia teve investimentos de US$ 8 milhões na abertura e aportes de US$ 1,54 milhão em 2015. Isso totalizava US$ 9,54 milhões.
Depois que Guedes se tornou chefe da Economia, o dólar disparou, assim como as ações da sua offshore. O valor subiu para US$ 14 milhões. A empresa estava ativa até o fim do mês passado.
No caso de Roberto, a Cor Assets foi fundada em abril de 2004 no Panamá com capital de US$ 1,09 milhão. A empresa fechou em agosto de 2020. Porém, Campos Neto ficou na administração durante 18 meses que presidia o Banco Central.
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Guedes e Roberto Campos Neto soltam nota
O Ministério da Economia declarou que todo o trabalho na área privada de Paulo Guedes foi “informada à Receita Federal”. “Sua atuação sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela responsabilidade”, diz trecho do texto.
Campos seguiu na mesma linha do ministro da Economia e que suas empresas pagaram impostos. “Com recolhimento de toda a tributação devida e observância de todas as regras legais e comandos éticos aplicáveis aos agentes públicos”.