Nesta segunda (4), a grande imprensa segue ignorando o escândalo da offshore de Paulo Guedes. Com exceção da Folha, que tratou do caso num pequeno espaço, outros veículos não citam o caso na capa. Os jornais seguem o que fizeram ontem (3): ignorar o fato.
“Empresa offshore de Guedes gera questionamento”, escreve a Folha na capa, em um pequeno espaço abaixo da manchete. O caso está entre uma notícia sobre os riscos de haitianos trocarem o Brasil pelos EUA e a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) liberar showmícios. A matéria sobre o caso do ministro da Economia foi publicada ontem.
“O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mantêm empresas em paraísos fiscais, situação em que pode haver conflito de interesses, segundo especialistas. A existência desses investimentos foi revelada por veículos como a revista Piauí e o jornal El País, que participam de consórcio”, escreve o veículo.
O Valor Econômico ignorou completamente o fato. Em sua manchete, exibe a notícia de regra que trava importação e deve encarecer alimentos. Há destaque para matéria sobre o bilionário da Blackstone, Imposto de Renda, venda de motos e o leilão da ANP.
A manchete do Globo trata do valor do frete e a capa destaca o caso Hapvida, carnaval no Rio de Janeiro, o caso Hapvida. Ao contrário da Folha, não dedicou sequer um micro espaço para tratar do escândalo envolvendo o ministro.
O Estadão exibe em sua manchete notícia sobre o caso Prevent Senior e destaca outras notícias sem relação com a offshore do ministro. Entre as notícias na capa do veículo estão retomada do setor de eventos no próximo ano, carros elétricos, a busca do agronegócio pela terceira via e a ida de governadores à COP.
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A offshore milionária de Guedes
A Dreadnoughts International, uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, foi criada em 2014. À época, Guedes era economista e sócio da Bozano Investimentos. Nos meses seguintes, ele aportaria US$ 9,54 milhões — o equivalente, hoje, a mais de R$ 50 milhões — na conta da offshore, numa agência do banco Crédit Suisse, em Nova York.