Mesmo com a menção honrosa do presidente Jair Bolsonaro (“o nosso Conselho Federal de Medicina”) na Assembleia Geral da ONU, a diretoria do CFM sempre procurou manter a discrição em relação às suas preferências políticas. Exceto no caso do terceiro vice-presidente do conselho, Emmanuel Fortes, psiquiatra que tenta há três eleições ingressar na carreira política. As informações são da reportagem do jornal O Globo.
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Vice da CFM bolsonarista
Ele é filiado ao PSL.
Tentou ser vice-prefeito de Maceió em 2020. Em 2018, concorreu a deputado federal pelo PRTB. E, em 2012, disputou a prefeitura de Pilar, na Região Metropolitana da capital alagoana.
Não obteve voto suficiente em nenhum pleito. Além das pretensões eleitorais, Fortes não esconde de ninguém a orientação política: votou em Bolsonaro e continua o apoiando.
Ele foi o representante do conselho na reunião promovida pela secretária de Gestão e Trabalho, Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, em julho de 2020, cujo objetivo era propagandear o uso de cloroquina no tratamento da Covid-19. O encontro contou com a presença de representantes dos planos de Saúde Hapvida e Unimed Fortaleza, que na época distribuíam em massa o chamado “kit Covid”.
“Quero fazer uma referência aqui. O prefeito de Porto Feliz e o prefeito de Pilar, a minha cidade, adotou precocemente essas pesquisas, e os resultados são consideráveis”.
Fortes se mostrou um dos maiores defensores na adoção do tratamento precoce , mesmo com falta de comprovação científica.
Em junho de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia suspenso dois estudos sobre o uso da hidroxicloroquina, ele fez um apelo aos governantes que, segundo ele, vinham priorizando a “estratégia do isolamento social”: