Geraldo Alckmin ligou o botão de vingança e está tramando para barrar a candidatura de Doria à presidência. Boicotado no partido e prestes a deixar a sigla para se lançar a governador de SP, ele já articula sua vingança final. Candidato em 2018, ele está trabalhando para que Eduardo Leite seja seu sucessor no posto.
Membros do diretório do PSDB em SP conversaram com o DCM em sigilo e confirmaram o desejo de vingança. “Alckmin não vai permitir que o Doria seja o candidato do partido depois do que aconteceu”, confirmou um deles. A frase se refere ao fato de que Geraldo não conseguiu emplacar seu nome para o governo porque foi barrado pelo ex-apadrinhado.
Pessoas ligadas a ele garantem que o sentimento é de traição, já que Alckmin lançou Doria para a vida pública. Após ter percebido que perderia a disputa interna para Rodrigo Garcia, vice de Doria, Geraldo decidiu deixar o PSDB. Mesmo assim, seu último ato será barrar a candidatura do novo inimigo político e ele já trabalha para isso.
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Alckmin boicota Doria
Nos cálculos da equipe de Doria, para ele vencer a prévia, é preciso uma vitória maiúscula em São Paulo. Como o estado é o reduto do PSDB, conseguir números expressivos o fariam garantir vantagem suficiente para vencer Leite.
Este também é o cálculo de Alckmin e aí inicia a vingança. Eduardo Leite tem pouca ou nenhuma entrada no PSDB de São Paulo e é assim que Doria trabalha para vencer. Acontece que, mais do que o próprio governador, Geraldo conhece o estado como poucos, afinal o governou por diversas vezes.
O quase ex-tucano vem tendo conversas privadas com aliados no interior de SP e até presidentes de diretórios do PSDB sobre o tema. A promessa é de apoio quando vencer para governador, mas há uma condição. Que a sigla na região feche com Eduardo Leite.
Alckmin, Doria ou Leite?
Geraldo apoia Eduardo Leite e nem disfarça, mas publicamente evita falar mal de Doria. Porém, nos bastidores ele se movimenta e tem até planilha para barrar o ex-aliado. Uma fonte confirmou ao DCM que, nos cálculos dele, há equilíbrio na disputa interna do PSDB.
“Alckmin quer tirar de Doria ao menos quatro diretórios importantes no interior”, confidenciou um tucano. Com este feito, ele acredita que derrubará o governador e conseguirá se vingar antes de focar em sua própria candidatura. “Não será candidato”, teria garantido a um companheiro de partido.