O líder cloroquinista poupado
Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) fez, no dia da votação do relatório da CPI, o que já estava previsto até pelo presidente Omar Aziz, ao pedir o indiciamento do colega Luiz Carlos Heinze.
O senador bolsonarista foi incluído na lista, na última hora, porque passou toda a CPI defendendo de forma categórica e acintosa o uso da cloroquina, sem com notícias falsas.
Heinze espalhou fake news na CPI que combatia as fake news e que no fim pediu o enquadramento dos propagadores do remédio milagroso como criminosos.
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Todos os que de alguma forma contribuíram para fazer propaganda da cloroquina e induzir as pessoas ao erro foram denunciados pela CPI.
Mas, no fim, depois de já citado, Heinze se salvou. Seu nome foi retirado, por pressão de Rodrigo Pacheco e da extrema direita.
Os que permanecem, na lista, acusados do mesmo crime, como o véio da Havan e tantos outros, podem se perguntar: o que Heinze tem que eles não têm para ser poupado pelos colegas.
Talvez tenha exatamente essa virtude: é um colega. No fim, a CPI poupou um deles, sem qualquer explicação convincente, e prevaleceu o que se chamava de espírito de corpo.
As fake news de Heinze são mais poderosas do que as de outros denunciados, não porque ele seja mais convincente, mas porque é senador.