Nova pesquisa Futura/Modalmais mostra desidratação de Ciro. Por Miguel do Rosário

Atualizado em 28 de outubro de 2021 às 15:48

Nova pesquisa Futura/Modalmais mostra desidratação de Ciro

Publicado originalmente por Miguel do Rosário em O Cafezinho

Ciro Gomes e ACM Neto. O ex-prefeito de Salvador participou de live com o pedetista. Imagem: Reprodução
Ciro Gomes e ACM Neto. O ex-prefeito de Salvador participou de live com o pedetista. Imagem: Reprodução

Ciro Gomes vem caindo há quatro meses nas pesquisas eleitorais da Futura Inteligência, realizadas em parceria com o banco de investimento Modalmais.

Em julho, o candidato do PDT pontuava 5,6% na espontânea. Veio caindo mês a mês desde então e no levantamento feito entre os dias 19 a 22 de outubro, tem 2,1%.

Lula, por sua vez, parece ter batido num teto: hoje tem 31% na espontânea, mesmo índice do mês anterior. O petista segue empatado tecnicamente com Jair Bolsonaro, que tem 29,5%.

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Os números desmontam a tese de que Bolsonaro estaria liquidado. O presidente ainda é um candidato competitivo.

No relatório da pesquisa, o declínio de Ciro é atribuído ao “desgaste junto a eleitores de centro-esquerda”, após “recentes enfrentamentos, nas redes sociais, com fortes embates e críticas a ex-presidente Dilma e ao processo de impeachment”.

HISTÓRICO DA ESPONTÂNEA

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PESQUISA ESPONTÂNEA

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No cenário estimulado com os principais candidatos, Lula lidera com 34,7%, não muito distante de Bolsonaro, que tem 32%.

Sergio Moro aparece em terceiro lugar, com 11%, confirmando uma tendência apontada por inúmeros analistas, de que a chamada terceira via deve crescer pela centro-direita.

Ciro Gomes aparece em quarto, com 9,7%.

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A pesquisa traz um cenário sem Bolsonaro. Neste caso, o principal beneficiado seria Lula, que ganharia 5 pontos. Moro herdaria 4 pontos e Ciro, 1 ponto.

O segundo lugar, num cenário sem Bolsonaro, seria assumido por Sergio Moro.

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Os dados estratificados da pesquisa espontânea, por renda e escolaridade, mostram que a vantagem de Lula se concentra entre eleitores mais pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários mínimos. A partir daí, Bolsonaro lidera, às vezes com uma vantagem impressionante: entre eleitores com renda entre 5 e 10 salários, por exemplo, Bolsonaro tem 52%, contra 16% de Lula. Outro fato curioso é a mediocridade eleitoral dos outros candidatos, que não apresentam pontuação significativa em nenhum extrato.

Nos extratos por escolaridade, Lula ganha entre eleitores com baixa escolaridade (até o ensino fundamental), quase empata entre aqueles com ensino médio e fica 10 pontos atrás de Bolsonaro entre eleitores com ensino superior.

Entre os outros candidatos, a única pontuação que se destaca é o 5% de Ciro entre eleitores com ensino superior, ainda sim muito abaixo dos 33% de Bolsonaro e 23% de Lula.

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Conclusão: trata-se de mais uma pesquisa para enterrar os sonhos de uma terceira via. No caso de Ciro Gomes, sua única chance, a de substituir Bolsonaro como adversário de Lula no segundo turno, é virtualmente impossível. A única chance de Ciro seria substituir Lula e enfrentar Bolsonaro no segundo turno, o que é uma possibilidade ainda mais remota.

A terceira via tem alguma chance pela centro-direita, se reunir suas forças ao redor de Sergio Moro, que acaba de se filiar ao Podemos e sinalizar sua pré-candidatura a presidência. Moro, porém, tem imensas vulnerabilidades eleitorais, a começar por sua debilidade junto aos eleitores de baixa renda, que formam a maioria esmagadora da população.

Entre cidadãos com baixa escolaridade, que correspondem a 44% do eleitorado, Moro pontua menos que 1% na espontânea.

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Opinião: neste cenário de polarização tão cristalizada, seria saudável que a campanha de Ciro Gomes e do PDT refletisse sobre a estratégia de bater em Lula.

Diante dos números, a estratégia parece significar que Ciro já deu a eleição como perdida, prevê uma vitória de Lula, e tenta, desde já, se colocar como figura de oposição ao petista no próximo governo.

Com a resiliência de Bolsonaro, todavia, essa é uma postura temerária. O presidente ainda é um adversário perigoso, e todas energias da oposição deveriam se concentrar numa estratégica unificada, centrada na descontrução das mentiras do bolsonarismo.

Segundo Creomar de Souza, CEO da consultoria de risco político Dharma, esses ataques de Ciro podem ajudar Bolsonaro e prejudicar a performance de Lula no segundo turno. A opinião de Souza foi dada a Pedro Doria, em entrevista recente, cujo trecho separei abaixo.

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