Após o MPF reconhecer a prescrição da pretensão punitiva no caso triplex do Guarujá, se manifestando à Justiça Federal de Brasília pelo arquivamento da ação contra o ex-presidente Lula, o ex-procurador cara de pau Deltan Dallagnol foi às redes sociais atacar a defesa do petista.
Lula teve a extinção da punibilidade com relação aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que lhe foram imputados, sendo assim, ele não poderá ser acusado dos mesmos novamente.
Ao comentar a decisão do MPF, a defesa do ex-presidente afirmou mais cedo que foi formado um “conluio” do ex-juiz Sergio Moro e de Dallagnol contra o ex-chefe do Executivo para retirá-lo das eleições de 2018 e atacar sua reputação.
Dallagnol, por sua vez, afirmou que a alegação dos advogados do pestista é “absurda e fantasiosa”. Logo ele, que em 2020 conquistou uma prescrição, garantia que vivia criticando, para chamar de sua. Após 42 adiamentos, ele escapou do processo administrativo no CNMP. A decisão se baseou no pedido de providências contra Deltan relacionado ao PowerPoint picareta em que Lula era apontado como líder de organização criminosa.
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Confira a nota de Dallagnol na íntegra abaixo:
Diante da absurda e fantasiosa alegação da defesa do ex-presidente Lula de que o caso do triplex do Guarujá teria sido um suposto conluio do ex-procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz Sérgio Moro para condená-lo, cumpre restabelecer a verdade: o ex-presidente foi acusado nesse caso por crimes gravíssimos de corrupção e lavagem de dinheiro por mais de 15 procuradores e foi condenado por 8 julgadores independentes de três instâncias do Poder Judiciário, inclusive por magistrados indicados por ele próprio durante seu governo, o que torna a alegação de perseguição uma teoria conspiratória sem qualquer base na realidade.
A força-tarefa da operação Lava Jato; responsável por acusar o ex-presidente, era formada por 15 a 20 procuradores do Ministério Público Federal independentes de todo o país; de notável experiência e reconhecido profissionalismo; sem qualquer vínculo partidário em seu passado; cujo trabalho diligente e cuidadoso revelou o maior esquema de corrupção político-partidária e de desvio de dinheiro público da história do Brasil durante os governos do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. Mais de 15 bilhões de reais vêm sendo devolvidos aos cofres públicos por criminosos que confessaram seus crimes.
Os bilhões desviados não foram devolvidos por caridade; eles foram roubados do povo brasileiro por criminosos que se disfarçaram de políticos e empresários que devem ser responsabilizados por seus crimes. Assim, o que ocorreu neste e nos demais processos criminais foi a aplicação da lei aos fatos diante de amplas provas de uma corrupção sistêmica que retira recursos da educação, da saúde, da segurança e do desenvolvimento econômico e social, prejudicando todos os brasileiros.
Continua…
Por fim; cabe esclarecer que o pedido de arquivamento por prescrição dos crimes pelos quais o ex-presidente Lula era investigado, assim como foi acusado e condenado antes da anulação do caso, conforme noticiado hoje, não tem como fundamento um suposto conluio que jamais foi reconhecido por qualquer tribunal do país, mas sim a prescrição dos crimes em razão da demora da Justiça e da idade do ex-presidente, que tem 76 anos.
A prescrição é uma consequência da demora da Justiça e impede que crimes sejam investigados e punidos depois da passagem de certo tempo. Brechas nas leis e a demora da Justiça; contra o que sempre lutamos, garantem a impunidade de muitos poderosos acusados por corrupção no Brasil. Este e outros casos mostram a importância de nos unirmos para acabar com a impunidade daqueles contra quem pesam fortes provas de corrupção. A impunidade sistêmica dos colarinhos brancos impede que o mérito dos casos seja julgado; faz o crime compensar e dissemina a corrupção no país.
Nota de esclarecimento sobre o pedido de arquivamento do caso do triplex do Guarujá por prescrição e sobre as alegações feitas hoje (07/12/21) pela defesa do ex-presidente Lula. pic.twitter.com/AbRXAlvpZJ
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) December 7, 2021
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