Em entrevista à Veja, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deu detalhes sobre o caso das rachadinhas em seu gabinete.
Ele jogou a culpa no colo de seu ex-assessor, o PM aposentado Fabrício Queiroz, e afirmou que tem sido vítima de uma “perseguição política”.
“Isso é um sofrimento que carrego há três anos. Desde o início venho denunciando a perseguição política. Isso foi explicitado nos votos dos ministros, reconhecendo que eu era investigado sem que houvesse um processo formal de investigação”, declarou.
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Na época em que o caso estourou, Flávio disse ter ouvido uma justificativa por parte de Queiroz. Ele revelou na entrevista o que o ex-PM lhe disse.
“A explicação foi a que ele botou no papel, no procedimento de investigação. Que obviamente ele teria feito aquilo sem eu saber, que usava isso para contratar mais pessoas. Achei razoável porque não é aquela acusação de roubar dinheiro de algum lugar para botar no próprio bolso”, alegou o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PL), lembrando que, na condição de detentor do mandato, deixou de citar suas responsabilidades pela contratação e valores de salários pagos a cada nomeado.
O senador denunciou a si mesmo e normalizou um crime ao dizer: “A partir do momento em que o dinheiro entra na conta de um assessor, o dinheiro é privado, não é dinheiro público.” Segundo ele, existe “um entendimento de grande parte da jurisprudência” que considera isso normal.
“O próprio depoimento do Queiroz me inocenta. O objetivo não era eu, era atingir o presidente Bolsonaro na sua bandeira que é mais importante, de combate à corrupção. O governo continua sem corrupção”, concluiu Flávio.
Além de Queiroz, ex e amigo de Bolsonaro também comandavam a rachadinha
De acordo com o MP-RJ, a rachadinha tinha outros dois operadores além de Fabrício Queiroz. Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente, e Guilherme dos Santos Hudson, ex-colega dele, também estavam envolvidos no esquema.
A coluna de Juliana Dal Piva teve acesso aos dados, que constam do novo pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal apresentado pela promotoria ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio).
“O modus operandi da ‘rachadinha’ normalmente está associado à realização de saques de dinheiro em espécie nas contas dos assessores ‘fantasmas’, seguidos da entrega dos valores a funcionários de confiança do gabinete, aos quais incumbe a arrecadação dos valores desviados. Pelos indícios colhidos no curso da investigação e acima relacionados, essas pessoas de confiança seriam Fabrício Queiroz e Ana Cristina Valle ou Guilherme Henrique dos Santos Hudson”, informou a promotoria à juíza Neusa Regina Leite, da 14ª Vara de Fazenda Pública.
“O tio Hudson também já tirou o corpo fora também porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele”, diz Andrea na mensagem.
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