O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (sem partido) encontraram-se na noite deste domingo (19) de maneira pública no jantar do grupo Prerrogativas, em São Paulo.
O evento reuniu todo o arco possível de aliados de uma eventual chapa de Alckmin como vice de Lula em 2022. O clima era descontraído e a conversa, segundo políticos presentes, girou em torno de assuntos gerais. Os detalhes do acerto entre Lula e Alckmin não seriam discutidos diante do público, disseram aliados de ambos. Porém, nos bastidores não foi bem assim.
Em uma sala reservada, segundo um dos presentes, Lula confirmou que quer mesmo Alckmin como vice-presidente em sua chapa. “Alckmin será vice se o partido dele quiser e o meu”, disse o petista. Lula e Alckmin negociam a aproximação há meses.
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Alckmin também falou sobre possível chapa com Lula
Alckmin disse que é hora de “união” e “grandeza política” após contato com Lula. “O processo ainda está começando. É hora de grandeza política. É hora de união”, disse Alckmin.
O discurso de Lula no jantar na íntegra:
Dona Lindu foi o primeiro e maior exemplo de perseverança que tive na vida. Quando não havia pão para dar de comer aos filhos, ela dizia: “Amanhã vai ter. Amanhã vai ser melhor”. Cresci ouvindo de minha mãe o conselho que me acompanha por toda a vida: “Teima, meu filho, teima.”
Com o tempo, descobri que aquele conselho não era apenas para mim. Entendi que perseverar é um ato político.É uma arma na mão do oprimido, que o impede de desistir. Aprendi a teimar e a acreditar que amanhã vai ser melhor. Mas que é preciso lutar para construir esse amanhã.
O diploma de torneiro mecânico me abriu as portas da cidadania. Com o macacão sujo de graxa que eu vestia com orgulho, pude finalmente tomar café, almoçar e jantar diariamente – um direito que muitos anos depois, na Presidência, fiz questão de garantir a todos os brasileiros.
A perseverança me impediu de desistir da sonhada profissão de metalúrgico, mesmo quando tive o dedo esmagado numa prensa. Ou mais tarde, quando amarguei oito meses de desemprego, pesadelo que hoje assombra 14 milhões de trabalhadores, vítimas de uma política econômica criminosa.
Eu andava quilômetros e quilômetros a pé, porque não tinha dinheiro para o ônibus, batendo de fábrica em fábrica e ouvindo sempre um Não. Um dia, tirei o sapato e quando tentei calçá-lo de novo, os pés já não entravam, de tão inchados, de tanto caminhar em vão.
Eu andava quilômetros e quilômetros a pé, porque não tinha dinheiro para o ônibus, batendo de fábrica em fábrica e ouvindo sempre um Não. Um dia, tirei o sapato e quando tentei calçá-lo de novo, os pés já não entravam, de tão inchados, de tanto caminhar em vão.
Confira a cobertura do jantar feita pelo DCM:
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