O deputado estadual bolsonarista Jessé Lopes (PSL), de Santa Catarina, está sendo acusado por empregar, em seu gabinete, um funcionário que “concilia” o trabalho na Assembleia Legislativa com a venda de caldo-de-cana em uma praia de Garopaba, no sul do Estado.
Justamente por possuir emprego público, o homem teve sua inscrição como ambulante negada pela prefeitura e exerce a atividade sem alvará.
Sua remuneração por estar lotado no gabinete do bolsonarista é de R$ 3.086,11 bruto.
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Conhecido como “fiscal do povo”, por denunciar irregularidades na cidade, o assessor de Jessé foi visto nesta segunda-feira (27) com o carro de caldo-de-cana, comercializando o produto. O nome dele aparece no portal da transparência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina como funcionário da Casa desde junho de 2021.
Não foi possível visualizar o relatório de atividades do assessor, que obrigatoriamente deveria ser disponibilizado no site.
O deputado Jessé Lopes ficou conhecido nacionalmente em 2020, por criticar a campanha “não é não”, que visava combater o assédio sexual nas festas de carnaval. Ele também já foi notícia por se encontrar com o homem que tentou matar Maria da Penha e por espalhar fake news sobre vacinas.
Atualização
O deputado estadual Jessé Lopes (PSL) se manifestou, pelo Facebook, na noite de segunda-feira (27), dizendo que o “assessor não é fantasma”. Ele justificou que o funcionário vende caldo-de-cana no verão para proporcionar uma renda extra, mas que fora do recesso parlamentar cumpre as 6h exercendo atividades do gabinete.
Sobre não ter conseguido alvará por ter emprego público, o deputado disse que seu assessor “desconhecia o conflito existente” e que isso fica a “cargo dele”. No entanto, segundo Jessé, existe um alvará no nome do irmão de seu funcionário.