A deputada bolsonarista Chris Tonietto segura há quatro meses um relatório sobre uma proposta para impedir militares da ativa de ocupar cargos no governo federal. O andamento do processo seria uma derrota para Jair Bolsonaro, que bateu recordes de militares em seu governo.
O texto prevê que os militares com mais de dez anos de caserna passariam automaticamente à reserva, ao tomar posse no governo. Já os fardados com menos de uma década de serviços seriam afastados.
A deputada foi indicada como relatora do texto em 27 de agosto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por outra deputada bolsonarista, Bia Kicis. Para definir quem faria um parecer sobre o projeto, Kicis demorou um mês, uma forma de ganhar mais tempo.
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Atraso no relatório busca evitar complicações na reeleição de Bolsonaro
A estratégia das deputadas busca evitar que a proposta afete os planos de reeleição de Bolsonaro, que passa pelo apoio militar. No início do ano, o Tribunal de Contas da União apontou que os militares ocupavam 2,7 mil cargos de confiança no governo Bolsonaro, isso é cerca de 20% dos postos.
O texto da proposta foi apresentado em julho pela deputada Perpétua Almeida depois que o Exército livrou o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de punição por dividir um palanque político com o presidente. Atualmente, Pazuello ocupa um cargo de confiança no Palácio do Planalto. A CPI da Pandemia acusou o general de ter cometido pelo menos cinco crimes à frente do Ministério da Saúde, inclusive epidemia com resultado morte.