A terceira mordida de Suárez

Atualizado em 25 de junho de 2014 às 6:33
A marca do crime
A marca do crime

Ladies & Gentlemen:

Eu não gostaria de receber uma dentada de Luis Suárez, não com aqueles dentes de Pernalonga.

Vejo, na internet, que o chamam de Vampiro Celeste, e entendo logo por quê.

Suáres é um mordedor serial, e internacional. Na Holanda, em 2010, quando jogava pelo Ajax, ele deu uma mordida num adversário do PSV e pegou uma suspensão de sete jogos.

(Aqui, o vídeo.)

Na Inglaterra, em 2013, pelo seu atual clube, o Liverpool, a vítima foi um zagueiro do Chelsea. Suárez foi suspenso por dez partidas.

Agora, no Brasil, em plena Copa, veio a pior de suas mordidas. Ou a mais dramática, pelo impacto direto no resultado.

Faltando uns quinze minutos para o fim do jogo, o Vampiro Celeste buscou, numa disputa na área, não a bola, mas o ombro do zagueiro italiano Chiellini.

Não bastasse isso, ainda fez cinema, como se o ombro de Chiellini é que houvesse investido contra sua dentadura saliente.

Num mundo menos imperfeito, Suárez teria sido imediatamente expulso, com desonra.

Sem ele, e em circunstâncias trágicas, o Uruguai não teria encontrado forças para marcar o gol salvador que levou o time para as oitavas.

Ladies & Gentlemen: até quando o mundo do futebol vai tolerar a ojeriza arcaica, burra e intolerável da Fifa com relação à tecnologia?

Tanta discussão, depois do tento inglês de 2010 não assinalado contra a Alemanha, e tudo que conseguimos foi um tira-teima para a linha do gol.

É uma miséria.

O recurso à tecnologia teria permitido ver a mordida e a encenação. E o crime futebolístico de Suárez não sairia impune.

Nem sequer um cartão amarelo ele recebeu, a despeito da marca de dentes estampada em Chiellini.

O mínimo que a Fifa pode fazer agora é excluir o Vampiro Celeste da Copa.

Quanto a Suárez, ele deveria procurar ajuda psiquiátrica urgente – antes que acerte a jugular de um adversário e se transforme num homicida.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

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Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.