Parlamentares americanos e europeus pedem investigação contra JBS

Atualizado em 5 de janeiro de 2022 às 6:11
Veja JBS
Sede da JBS em Plainwell, no Michigan, nos EUA. © JEFF KOWALSKY AFP/Archivos

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob Menéndez, o legislador britânico Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins, pediram nesta terça (4), em Washington, a abertura de uma investigação sobre “as práticas comerciais” da empresa brasileira de carnes JBS, diz a AFP.

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Em um comunicado conjunto, os três representantes ressaltaram a “preocupação crescente” com as práticas comerciais da JBS, sua controladora J&F Investimentos e suas subsidiárias na Europa e nos Estados Unidos.

Eles pedem que os EUA, o Reino Unido e a União Europeia “conduzam investigações legais e coordenadas” para garantir que “a empresa seja forçada a operar dentro dos padrões esperados de finanças, negócios e conduta ambiental”.

Os três parlamentares também instam as autoridades a “examinar as práticas antimonopólio e anticompetitivas da JBS para avaliar se os abusos da empresa podem prejudicar as cadeias de abastecimento de alimentos”,

Na segunda-feira (3), o governo de Joe Biden divulgou um plano para aumentar a concorrência no setor de carnes, dominado por um grupo de grandes empresas, entre elas a JBS, que acusa de aumentar os preços aos consumidores e reduzir a renda dos produtores.

A declaração dos três legisladores afirma que, durante a última década, a JBS participou de atividades criminosas e “se declarou culpada de 1.500 atos de suborno” no Brasil, “de violações na fixação de preços antimonopólio” e de “violar a lei de práticas corruptas no exterior dos Estados Unidos”, além de ainda não ter pagado “bilhões de dólares em multas”.

Os parlamentares, surpresos com o fato de seus fundadores Wesley e Joesley Batista continuarem a ser acionistas majoritários “apesar de terem sido condenados criminalmente no Brasil”, acusam a empresa de “obter gado de fazendas que contribuíram para o desmatamento”.

Desmatamento e Queimadas 2020- Imagem aérea de queimada próxima à Flora do Jacundá, em Rondônia.
Desmatamento e Queimadas 2020- Imagem aérea de queimada próxima à Flora do Jacundá, em Rondônia. © Bruno Kelly/Amazônia Real/

Desmatamento e a JBS

Considerada o “frigorífico de América Latina”, a JBS está presente em 15 países com mais de 400 unidades produtivas em cinco continentes. O site oficial da empresa afirma realizar diversos programas para desenvolver modelos de produção sustentáveis e proteger e restaurar florestas.

Em dezembro, os maiores frigoríficos brasileiros, JBS, Marfrig e Minerva, se defenderam das acusações de contribuir com o desmatamento, após vários supermercados na Europa se comprometerem a retirar de suas prateleiras produtos suspeitos de origem brasileira.

Eles foram acusados de contribuir com o desmatamento em algumas regiões do Brasil, como a Amazônia.

Monitoramento

De acordo com a OMG  americana Migthy Earth, alguns produtos obtidos através do desmatamento podem ser encontrados em supermercados europeus, em forma de charque, carne enlatada e cortes nobres frescos.

Na época, a JBS, maior exportadora de carne bovina do mundo, garantiu que pratica uma política de tolerância zero com “o desmatamento ilegal, o trabalho forçado e o uso indevido de territórios indígenas ou de áreas protegidas”. Há dez anos, a empresa estabeleceu “um sistema de monitoramento geoespacial que utiliza imagens de satélite para monitorar seus fornecedores”.

A JBS afirmou ter investido em uma nova plataforma para obter até 2025 “uma cadeia produtiva sem o menor traço de desmatamento ilegal”

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