A transição de Moro de ex-juiz para cantor sertanejo gangsta se completou.
Em discurso na festa de aniversário do deputado federal Julian Lemos (PSL-PB) na sexta, 7, Moro puxou vaias contra Lula e Bolsonaro e partiu para uma artilharia mais pesada, à altura dos anfitriões.
“A gente pode falar: ‘A gente vai arrebentar essa polarização’. A gente pode fazer até uma pesquisa. Quem aqui vai votar no Lula? Quem aqui vai votar no Bolsonaro?”, discursou na balada em Cabedelo, perto de João Pessoa.
É o instituto de pesquisa Antaonanista.
“Acho que a gente não pode reduzir o Brasil a essa disputa infantil. A gente tem que tratar todo mundo bem. Não existe bolsonarista, petista. Existem brasileiros”.
Moro estava muito à vontade tomando uísque com o deputado Luciano Bivar, presidente do PSL e futuro chefão do União Brasil, partido que surgirá da junção da sigla com o DEM.
Posou de óculos escuros com cantores. Só não fez arminha com as mãos. Continua estupidamente tolerante com suspeitos, desde que estejam ao seu lado.
Bivar foi indiciado pela PF, acusado de participação em esquema de candidaturas laranjas criado para desviar recursos públicos nas eleições de 2018. A recomendação foi de aplicação de pena de até 14 anos de prisão. A deputada Alê Silva deixou o partido após denunciar que ele fazia lobby para seguradoras.
Lemos, hoje às turras com o ex-parceiro Carlos Bolsonaro, foi preso três vezes pela Lei Maria da Penha por agredir a irmã e a ex-mulher Ravena Coura.
O sujeito é ex-coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste e as queixas de agressão ocorreram em 2013 e 2016. Numa delas, a detenção foi em flagrante. A ex-esposa afirmou que ele a ameaçou com uma arma de fogo.
Sua irmã contou em depoimento que tentou “apaziguar” uma briga com Ravena até que ele passou a lhe dar “murros, empurrões” e foi arrastada pelo pescoço.
Um laudo do IML constatou as escoriações.
“A gente começa essa jornada, não sei o que vai acontecer no futuro, mas eu sei, e isso é importante, que eu tenho amigos na Paraíba e tenho amigos em vários lugares”, falou Moro.
Deus livre o Brasil dessas amizades e deixe que o paladino da luta contra a corrupção desfrute delas sozinho.
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