A Marinha tem acumulado episódios de desgaste com o governo Bolsonaro. Depois que o presidente levantou suspeitas sobre o “interesse” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em autorizar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, Antônio Barra Torres, o contra-almirante da reserva e diretor-presidente da agência sanitária, desafiou Bolsonaro publicamente e cobrou retratação.
A atitude de Barra Torres causou desconforto na Marinha. Na carta direcionada a Bolsonaro, o almirante assinou a com o cargo na Anvisa e na Marinha: “Contra-Almirante RM1 Médico”.
Ele faz parte de um grupo de poucos médicos da instituição que chegaram ao quadro de oficiais-generais, com duas estrelas, o terceiro mais alto na hierarquia militar. Barra Torres, no entanto, disse que foi apenas uma questão formal.
O Estatuto dos Militares proíbe esse tipo de referência usada pelo diretor da Anvisa. Segundo o código, o militar deve “abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da administração pública”. E não deve reproduzir a patente “para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares”.
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Marinha é questionada sobre desabamento em Capitólio
Quando a resposta do almirante foi divulgada, a Marinha já estava com a imagem um pouco negativa, devido ao desabamento de um paredão em Capitólio (MG). No Brasil, as regras de navegação em lagos são responsabilidade da Marinha.
De acordo com os militares, a responsabilidade do lago era da prefeitura de Capitólio, por meio de decreto de 2019. A Marinha contribui na fiscalização nas águas sob autoridade do município.
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