Sergio Moro fez uma live nesta sexta (28) e revelou que recebeu US$ 45 mil mensais durante 12 meses do contrato com a Alvarez & Marsal. Ele também ganhou um bônus de US$ 150 mil, o que significa que ao longo de um ano o ex-bolsonarista faturou R$ 3,6 milhões.

O ex-juiz da Lava Jato é acusado de conflito de interesses. Isto porque o escritório no qual trabalhou é responsável pela administração judicial de empreiteiras investigadas pela operação. Ele nega, mas os fatos são claros e os desmentem.

No dia 28 de dezembro de 2021, Moro escreveu um texto no Twitter. Acusado de enriquecer ao trabalhar para a Alvarez & Marsal, ele se indignou e quis colocar os “pingos nos is”. “Não enriqueci no setor privado e nem no público”.

Em 2017, o presidenciável recebia mensalmente mais de R$ 28 mil como juiz, além de benefícios. Esse salário já o colocava em um patamar de classe média alta. Para tratá-lo como rico, no entanto, ele teria que ter feito investimentos para poder parar de trabalhar e manter um alto padrão de vida.

Contudo, afirmar que não enriqueceu ao receber R$ 3,6 milhões em um ano é, no mínimo, desconhecimento para alguém que quer ser presidente do Brasil. Oras, o prêmio do BBB22 é de R$ 1,5 milhão e todos nós vamos tratar o campeão como um milionário. Por que o ex-juiz não pode ser tratado como milionário?

A falta de noção é um mal de milhões de pessoas que seguem as ideias insânias do homem que perseguiu figuras para poder alcançar o poder. Na opinião dele, apenas tinha uma “boa vida”. Ao dizer que não enriqueceu, Moro zomba da cara dos brasileiros sem o menor constrangimento.

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Moro e a falta de noção

Com R$ 3,6 milhões, seis mil pessoas poderiam receber Auxílio Emergencial de R$ 600,00. Com R$ 3,6 milhões, o governo teria condições de comprar 24 mil testes da Covid-19. Com R$ 3,6 milhões, seria possível comprar mais de 5,1 mil cestas básicas e distribuir para os mais carentes.

Hoje, o Brasil tem 12,9 milhões de desempregados e 19 milhões de pessoas passando fome. Há cerca de 125 milhões sofrendo de insegurança alimentar. Por isso há milhões de cidadãos correndo atrás de alguma coisa para comer. Até osso se tornou rejeição para brasileiros.

Em Fortaleza, o “osso de segunda” custa R$ 3,50, enquanto o “osso de primeira” vale R$ 5,00. Quantas pessoas poderiam se alimentar se R$ 3,6 milhões fossem usados para comprar ossos?

Não se trata de criminalizar pessoas que ganham altos salários de forma honesta, o que não se sabe se é o caso de Moro. Mas a imagem de homem pobre não cola. Moro “enriqueceu”. É um homem milionário. Quando tenta negar isso, apenas debocha dos brasileiros. No Brasil atual, vida boa é ter comida na mesa. O ex-aliado de Bolsonaro tem comida na mesa, mansão e milhões na conta.

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