O documentário do Caso Celso Daniel da Globoplay deveria, segundo a produtora responsável, ser uma obra isenta, porém Joana Henning já tentou financiar um filme anti-Lula, com a participação de um roteirista ligado ao presidente Jair Bolsonaro, Guilherme Fiúza.
Antes de ter sinal verde para produzir O Caso Celso Daniel, que gerou incômodo nos bastidores da Globo por parecer uma obra sob medida para tentar influenciar as eleições, Joana Henning já havia tentado emplacar, de modo independente, um produto nada isento com o título Nunca Antes. Com informações do NaTelinha.
Ela fazia parte da equipe de um filme roteirizado por Guilherme Fiúza, simpatizante negacionista de Bolsonaro. A produção teria a narração de outra personalidade muito conhecida dos fãs do presidente: Marcelo Madureira. Henning iria ser diretora de produção, uma função de produção e não criação, do projeto por sua própria empresa, a Isso Produções Artísticas.
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Filme anti-Lula não conseguiu dinheiro suficiente
A empresa tentou arrecadar R$ 2,5 milhões por meio de crowdfunding. Mas não conseguiu atingir o objetivo e foi retirado do ar. Graças ao cache da web, é possível ver que todo o projeto foi levado para que as pessoas pudessem doar. O projeto não chegou nem perto dos valores pretendidos.
Em 2016, além da Isso Produções, Henning se uniu a Sérgio Sá Leitão, que virou sócio do Estúdio Escarlate, responsável pela produção do documentário de Celso Daniel. Atualmente, Sérgio é secretário do governo Doria. Já Joana foi ao prêmio Person of the Year, concedido a Moro em 2018 nos EUA.
A produtora divulgou a seguinte resposta: ”
Em resposta às perguntas solicitadas, o Estúdio Escarlate acredita que qualquer apuração sobre os bastidores da série reafirma o direito de imprensa que pautam as premissas democráticas, premissas essas que conduzem a cultura dessa empresa. Diversidade, criatividade e liberdade de expressão são a base de nosso trabalho. Produzimos a série documental “O Caso Celso Daniel” com foco no esclarecimento do caso, sem qualquer agenda oculta. Fruto de um trabalho criterioso de cinco anos de pesquisa, o projeto não tem a intenção narrativa ou estratégica de influenciar os rumos eleitorais em 2022. Pelo contrário, quem assistir à série em seus 08 episódios, lançados semanalmente na Globoplay até 17 de fevereiro, estará munido de informações de qualidade e esclarecedoras sobre o caso.
A responsabilidade que sempre pautou o Estúdio Escarlate e a produtora Joana Henning na condução de sua carreira, com contribuições importantes no cenário de projetos sociais e culturais no País, foi a mesma que levou à desistência do documentário Nunca Antes…, citado pelo repórter. O Estúdio Escarlate enxergou possíveis reviravoltas no curso da Operação Lava Jato e decidiu sair do projeto, arquivando-o. Declaramos ainda que o jornalista Guilherme Fiúza não possui qualquer relacionamento com o Estúdio. Sérgio Sá Leitão ocupou a função de sócio da produtora por 06 meses, até decidir pelo seu total desligamento, em 20/02/2017, para assumir um cargo público.
A produtora Joana Henning compareceu ao evento “Person of the Year” na condição de esposa e acompanhante do marido, Pedro Parente, então presidente da Petrobras, homenageado no ano anterior em Londres. A presença de Joana Henning no evento não caracteriza de forma alguma nem proximidade nem alinhamento político com Sérgio Moro. Pedro Parente não possui nenhuma relação com a carreira de sua esposa, além do suporte pessoal acompanhando-a em eventos na área de sua profissão.
A Escarlate nunca produziu, não produz e não produzirá, em qualquer uma de suas obras, propaganda antidemocrática disfarçada de jornalismo. A série “O Caso Celso Daniel” mostra como a informação isenta e checada evita que o desconhecimento dos fatos que permeou o caso ao longo de 20 anos se perpetue em forma de desinformação.
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