A PGR vai investigar se o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) fez apologia ao nazismo em entrevista ao Flow Podcast, do youtuber Monark, na última segunda (7). A Procuradoria-Geral da República também avaliará se o apresentador também cometeu crime ao defender a “legalização do Partido Nazista”.
A determinação para que a investigação ocorra foi feita pelo procurador-geral, Augusto Aras. No programa do YouTube, o líder do MLB disse que não concordava com o fato da Alemanha ter criminalizado o nazismo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O governo nazista teve como líder Adolf Hitler, que foi responsável pelo o extermínio de milhões de judeus e outros grupos. “O que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime”, opinou Kim.
“Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia é […] é você dando luz naquela ideia, para ela seja rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada”, acrescentou o deputado.
Tabata Amaral participava do bate-papo e não concordou com o colega de parlamento. Ela afirmou que a liberdade individual acaba quando interfere a vida de outra pessoa. Monark, que apresentava a atração, ficou ao lado de Kim.
“Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei. As pessoas não têm direito de ser idiotas? A gente tem que liberar tudo”, comentou o youtuber. “A questão é: se o cara quiser ser um anti-judeu ele tinha que ter direito de ser”, complementou.
Se o inquérito concluir que o parlamentar e o apresentador cometeram crime, a PGR vai poder denunciá-los ao STF – no caso de Kataguiri – e à Justiça de São Paulo, em relação ao Monark.
Leia mais:
1 – Caso Monark: Grupo judeu pede a prisão de youtuber
2 – Caso Monark: Embaixada da Alemanha no Brasil se posiciona
3 – PCO defende Monark e legalidade de partido nazista
Kim Kataguiri se posicionou sobre a fala no Flow
O deputado gravou um vídeo para explicar sua fala. Na avaliação dele, a mídia distorceu o que as pessoas assistiram. “Todo mundo na mesa concorda absolutamente em repudiar o nazismo, rechaçar e combate o nazismo”, comentou.
“A discussão era: Qual a melhor maneira de combater o nazismo? Não tem ninguém mais pró-Israel dentro do parlamento do que eu”, completou.
O deputado também se manifestou sobre a investigação da PGR. “É aterrador que o PGR, que sempre faz vista grossa para crimes que realmente aconteceram tenha agido tão rápido. Quando há claros indícios de crime cometido pelo presidente da República, Augusto Aras nada faz. Porém, diante de uma conduta claramente de mero debate em um podcast, Aras age rapidamente – e com inquestionável cunho político para perseguir minha conduta de oposição ao Governo Bolsonaro. É um contrassenso”, comentou.
“Vou colaborar com as investigações pois meu discurso foi absolutamente antinazista, não há nada de criminoso em defender que o nazismo seja repudiado com veemência no campo ideológico para que as atrocidades que conhecemos nunca sejam cometidas novamente. Ao contrário das pessoas privilegiadas pela inércia de Aras, nada tenho a esconder”, finalizou.
Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link