O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve adotar o discurso da necessidade de uma unificação para derrotar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições como forma de justificar alianças com parlamentares que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, o golpe parlamentar. Quem afirma isso é a Folha de S.Paulo.
Ele tem indicado a interlocutores que não é possível discriminar quem votou a favor do impedimento dela — isso, segundo ele, seria fazer política olhando para o retrovisor. A avaliação é a de que o momento histórico é outro. O ex-presidente acredita que não é possível fazer política só com os que foram contrários à destituição de Dilma, sendo que eles foram a minoria.
De acordo com petistas, o ex-presidente chegou a afirmar que se sentaria à mesa apenas com 10% da população brasileira, caso se restringisse aos que se opuseram ao impeachment de Dilma.
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Lula quer mudar a imagem
Líder nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente tem defendido publicamente em entrevistas que o momento é de união para reconstruir o país e que isso requer fazer alianças para além do campo da esquerda.
O ex-presidente tem rechaçado a pecha de que será vingativo se voltar à Presidência e repetido que não deseja ser candidato do PT ou da esquerda somente, mas sim de “um movimento” mais amplo.
Segundo relatos, esse discurso também ecoa internamente na sigla. Um parlamentar petista afirma, sob reserva, que é de conhecimento do partido o papel que cada pessoa teve no processo de impeachment, mas isso não impede o diálogo com esses atores políticos.
O que termina primeiro?
— DCM ONLINE (@DCM_online) February 28, 2022