Em janeiro de 2017, a polícia brasileira revelou uma trama liderada por um movimento armado ucraniano para recrutar neonazistas brasileiros com experiência de combate. O objetivo era levá-los para combater rebeldes pró-Rússia na guerra civil que estava em curso no país europeu.
Uma série de batidas policiais ocorreram no mês anterior em sete cidades nas casas de neonazistas para evitar possíveis ataques contra judeus e gays em Porto Alegre. A polícia apreendeu grande quantidade de material de propaganda nazista e também munição ilegal.
“O movimento neonazista em ebulição do Brasil, com seu mundo secreto de suásticas, propaganda de ódio e violência nas ruas, estava sendo recrutado por extremistas de direita na Ucrânia”, informou o Financial Times na época.
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Neonazistas brasileiros estariam ligados a grupo ultranacionalista ucraniano
De acordo com a polícia brasileira, um membro italiano de um grupo neonazista chamado Divisão Misantrópica esteve recrutando jovens por dez meses para lutar na Ucrânia. Eles supostamente tinham laços com o Batalhão Azov, um grupo paramilitar ultranacionalista alinhado a Kiev.
“Eles ofereceram dinheiro e treinamento militar. Confirmamos que um habitante de Porto Alegre estava lutando na Ucrânia depois de ser recrutado”, disse um porta-voz da polícia à Zero Hora, acrescentando que pelo menos outros cinco poderiam ter se unido aos combates na guerra.
O estado do Rio Grande do Sul, onde ocorreu o recrutamento, abriga uma grande comunidade de descendentes de alemães. Desde 2013, mais de 50 pessoas foram investigadas por baixar conteúdo nazista da internet.
Um estudo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) revelou que existem cerca de 100 mil apoiadores de Hitler na região sul do Brasil. Há também vários grupos racistas que se acredita estarem ativos, ainda segundo a Zero Hora.
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