José Anselmo dos Santos, conhecido como Cabo Anselmo, morreu na noite de terça-feira (15) num hospital em Jundiaí (SP). O ex-militar se destacou como infiltrado entre movimentos de oposição durante o regime militar.
Cabo Anselmo tinha 80 anos e estava internado num hospital de Jundiaí, interior de São Paulo. A morte do ex-militar foi em decorrência de complicações causadas por cálculo renal.
O velório acontece na tarde de hoje, no cemitério do município, local onde o corpo será enterrado. De acordo com as primeiras informações, apenas a família está presente.
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O ex-militar entrou com um requerimento na Comissão de Anistia em 2004, porém, sua reintegração na Marinha e o direito à indenização de anistiado político foram negados.
Ele argumentou que foi perseguido pelos militares e chegou a ficar preso durante dois anos naquele período. A partir disso, teria passado a colaborar com os militares dando informações ao regime militar que levou a prisão e a morte de sua esposa, Soledad Barret.
Anselmo recorreu da negativa da Comissão de Anistia e, em junho de 2020, a ministra Damares Alves, indeferiu seu recurso de reconsideração. Em entrevista à revista Veja, há quase dois anos atrás, ele disse que agiu dos dois lados, mas que sua reintegração à Marinha seria justa.
“Nem fui ouvido. Eu queria somente a isonomia como todos os outros marinheiros, como fui expulso. Fui julgado pela 2ª Auditoria, fui expulso da Marinha, tive meus direitos políticos cassados. Por uma questão de consciência fui viver em Cuba. Resolvi que aquele não era o regime para o Brasil, que era um país cristão. Aí, colaborei realmente com a polícia por dois anos. Mas nunca matei ninguém. Nunca fui nada operacional dentro do trabalho da polícia. Esperava pelo menos a isonomia como aposentadoria. O direito desumano me atingiu”, disse Cabo Anselmo à Veja.
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