A Polícia Federal prendeu hoje (17) três pessoas, entre elas um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) suspeitos de participar de um esquema criminoso de exploração ilegal em terras indígenas no Mato Grosso. Segundo o O Globo, foram alvos da operação fazendeiros e lideranças indígenas.
De acordo com a investigação, o esquema resumia-se no arrendamento ilegal de fazendas dentro de Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, nos municípios de Ribeirão Cascalheira e Barra do Garças, no interior do estado. Segundo a PF, fazendeiros da região se associaram a líderes indígenas para usar parte do território protegido para criação de gado.
A investigação aponta que a prática contava com a conivência de agentes da Funai, que são investigados por corrupção, e de lideranças indígenas. A suspeita é que um dos líderes Xavante estaria recebendo cerca de R$ 900 mil por mês pelo arrendamento de 15 faixas de terra. A PF conseguiu uma determinação judicial para que aproximadamente 70 cabeças de gado sejam retiradas do local em até 45 dias, sob pena de prisão.
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Funai: Reparação de ano ambiental custará milhões
Em apenas quatro dos quinze arrendamentos ilegais, os Peritos Criminais Federais estimaram o valor para reparação do dano ambiental em R$ 58 milhões. “Exames periciais apontaram extenso dano ambiental provocado por queimadas para formação de pastagem, desmatamento e implantação de estruturas voltadas à atividade agropecuária”, disse a PF.
A terra indígena Marãiwatsédé foi identificada, demarcada e homologada por decreto presidencial em 1998. A região vive um intenso conflito depois que, sob influência de políticos locais, as terras que deveriam ser protegidas foram invadidas por moradores e latifundiários, que devastaram a área.
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