O governo anunciou nesta segunda-feira (21) que decidiu zerar, até o fim deste ano, o imposto de importação do etanol e de alimentos como o café, a margarina, o queijo, o macarrão, o óleo de soja e o açúcar. De acordo com o Ministério da Economia, além do combustível, os alimentos da cesta básica estão entre os que mais pesam na definição dos índices de preços. O objetivo é ajudar na queda da inflação, cujo índice acumulado em 12 meses ultrapassa 10%.
A redução do imposto sobre o etanol ajudará na queda do preço da gasolina, já que o combustível vendido no posto precisa estar misturado com o produto. Cada litro de gasolina precisa ter pelo menos 25% de etanol, conforme a legislação brasileira. O governo calcula que zerar a alíquota do etanol vai fazer o preço da gasolina cair R$ 0,20 na bomba.
“Estamos preocupados com o impacto da inflação sobre a população. Estamos definindo redução a zero da tarifa de importação de pouco mais de sete produtos até o final do ano. Isso não resolve a inflação, isso é com política monetária, mas gera um importante incentivo”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys.
Hoje, o etanol tem uma alíquota de importação de 18%. A redução dos impostos vale a partir de quarta-feira, quando a medida for publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Os combustíveis foram os principais vilões da inflação em 2021. O etanol disparou 62,23% no ano passado. Já a gasolina, 47,49%. O gás de botijão subiu 36,99%. Esses preços que influenciam outros valores na economia.
Entre os gêneros alimentícios, o café foi um dos que mais encareceram em 2021. Os alimentos formam um dos grupos de maior alta de preços na composição do IPCA: subiram 14% no ano passado. As bebidas ficaram, em média, 7,94% mais caras.
Atualmente, o café tem uma alíquota de importação de 9%. A margarina, de 10,8%. O queijo, de 28%. O macarrão, de 14,4%. O açúcar, de 16%. O churrasco, uma das principais escolhas de lazer do brasileiro nas horas vagas, também subiu de preço em 2021, com uma elevação de 8,45% em média no ano passado.
Outro item essencial no orçamento do brasileiro, a energia elétrica disparou em 2021 sob efeito da crise hídrica, que limitou a operação de hidrelétricas. No ano, tarifa de eletricidade residencial subiu 21,21%.
O preço dos produtos se agravou ainda mais desde que a Rússia, responsável por 12% do petróleo mundial, invadiu a Ucrânia em fevereiro e foi alvo de retaliações comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia.