“Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou”: Dunga voltou para o lugar de onde nunca saiu

Atualizado em 20 de julho de 2014 às 22:44
Ele
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Se era para chamar Dunga, por que demitir Felipão? Os dois são a mesma pessoa. Retranqueiros, arrogantes, gaúchos e medianos.

Dunga é o novo integrante da “reformada” CBF. Consta que foi indicação do amigo Gilmar Rinaldi, o bigodudo empresário de jogadores que virou coordenador de seleções.

Se Gilmar tem cara de vendedor de cortador de grama usado que não entrega a mercadoria, mas conta uma piada enquanto assalta você, Dunga é o que parece.

Ele já esteve no cargo. Sob seu comando, o Brasil conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009, torneios que não interessam. Na Copa da África do Sul, caiu diante da Holanda nas quartas de final.

Em quatro anos, sua passagem ficou marcada, entre outras coisas, por colocar Ronaldinho Gaúcho e Kaká no banco; pelas roupas estranhas da filha estilista que ele vestia; por inventar o serial killer Felipe Melo; pelas desavenças com a Globo.

Perdeu todas essas brigas.

O único clube que dirigiu depois da seleção foi o Inter, pelo qual foi campeão do RS em 2013. Parece que estava sendo sondado para treinar a Venezuela. Parece.

Dunga volta de onde nunca saiu desde 1994, quando foi o líder daquele time de Parreira que venceu o tetra. Romário é inesquecível, mas o volante Dunga, com sua “eficiência”, seu comprometimento, sua maldita raça, era o emblema de uma nova era desde a decepção de 82: sabíamos jogar feio e ganhar.

O resultado está aí: enquanto times como a Espanha e a Alemanha se voltaram para a valorização da posse de bola, para o futebol ofensivo e bem jogado, bonito de ver, nós seguimos no sentido contrário a bordo de dungas, manos, felipões, parreiras (sem esquecer os teixeiras, marins e del neros).

Dunga, CBF e esta seleção brasileira se merecem. Agora é esperar 2018 para, como diz o mago, sentar e chorar.