Dirigente do Avante revela que denunciou esquema dos pastores para Milton Ribeiro

Atualizado em 24 de março de 2022 às 21:04
Milton Ribeiro havia sido informado por Edvaldo Brito (Avante) sobre esquema envolvendo pastores. Foto: Reprodução

O dirigente do Avante, José Edvaldo Brito, mais conhecido como Edvaldo Ribeiro, presidente do partido em Piracicaba (SP), afirmou à coluna Guilherme Amado, do jornal Metrópoles, que denunciou o esquema de propina dos pastores Arilton e Gilmar Santos ao ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Brito não quis detalhar a conversa feita ao ministro, mas defendeu Milton Ribeiro e revelou que fez uma denúncia à Controladoria Geral da União (CGU). O processo aberto corre em sigilo.

“Há um processo na CGU. Sou o cara que fez a denúncia, prestei depoimento na CGU, disse Brito. “O ministro é um cara sério e tomou as providências no ano passado”, acrescentou.

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Brito trabalhou em evento com presença de pastores e Milton Ribeiro

O dirigente do Avante atuou com as prefeituras Nova Odessa e de Monte Alto, no interior de São Paulo, para organizar eventos com a presença do ministro da Educação e de técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Os pastores Arilton e Gilmar estiveram no evento em Nova Odessa, onde discursaram junto de autoridades locais. Versões da Bíblia comentada por Gilmar Santos foram distribuídas durante o evento. Prefeitos denunciaram que o esquema de propina envolvia, inclusive, a compra das Bíblias.

Em entrevista à CNN Brasil concedida na última quarta-feira (23), Milton Ribeiro revelou que recebeu em agosto uma denúncia sobre o gabinete paralelo dos pastores e comunicou o caso à CGU.

Uma reportagem de Bruno Boghossian, Constança Rezende e Paulo Saldaña mostrou que, desde setembro, quando Brito teria feito a denúncia, o ministro da Educação encontrou-se ao menos quatro vezes com o pastor Arilton. Em pelo menos três encontros, houve liberação de verba do FNDE dias após, segundo a reportagem.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a CGU informou que realizou atividades entre os duas 29 de setembro de 2021 e 3 de março deste ano. Ao final dos trabalhos, no entanto, o órgão não encontrou quaisquer regularidades que tenham sido cometidas por agentes públicos e, sim, “possíveis irregularidades cometidas por terceiros”.

Com isso, a comissão sugeriu o encaminhamento dos autos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para providências em razão da “possibilidade de ocorrência de crime por ocasião da oferta de vantagem indevida”.

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