Militantes do MST (Movimento Sem Terra) realizaram, na manhã desta sexta-feira (25), um protesto em frente ao prédio do Ministério da Educação em Brasília. A intenção do grupo é denunciar os casos de corrupção na pasta que evidenciaram a existência de um gabinete paralelo no MEC formado por pastores amigos do ministro Milton Ribeiro.
Imagens mostram os manifestantes carregando a alegoria de um bezerro de ouro. A figura bíblica faz referência à adoração que o povo hebreu se submeteu ao se corromper, enquanto Moisés estava no Monte Sinai recebendo os 10 mandamentos. “A proposta foi vincular esta imagem à corrupção que envolve o governo federal e pastores evangélicos”, diz o MST em nota.
O movimento denunciou também o suposto “balcão de negócios” que teria se tornado o MEC, enquanto “diversas políticas públicas são desmontadas, como o Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (Pronera)”.
Assista:
MST PROTESTA EM FRENTE AO MEC CONTRA CASOS DE CORRUPÇÃO ENVOLVENDO PASTORES ALIADOS AO BOLSONARO!
Hoje (25), militantes do @MST_Oficial realizaram protesto em frente ao Ministério da Educação, em Brasília (DF).
Via: @J_LIVRES pic.twitter.com/pXoIWVKYob
— José Guimarães (@guimaraes13PT) March 25, 2022
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Entenda o esquema de pastores no MEC
Pastor presbiteriano, Milton Ribeiro tem permitido que religiosos ligados a ele controlem o ministério. Ele permitiu a formação de um gabinete paralelo na pasta. O grupo é composto por pastores que não têm vínculo nenhum com a administração pública nem com o setor de ensino.
Quem lidera a caterva são dois pastores. Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade. Eles têm participado de reuniões fechadas para discutir as prioridades da pasta e até o uso da verba destinada à educação no Brasil.
Gilmar e Arilton estiveram em pelo menos 22 agendas oficiais no MEC nos últimos 15 meses. 19 delas contaram com a presença do ministro. Na agenda oficial de Ribeiro, as reuniões são descritas como de “alinhamento político”. Os pastores atuam como lobistas, viajando em voos da FAB. Eles estão abrindo as portas do gabinete de Ribeiro para prefeitos e empresários.