Marco Antonio Freire Gomes, que teve sua indicação confirmada para o Comando do Exército, será o terceiro chefe da Força em apenas quatro anos, o que não aconteceu nem na ditadura militar. A jornalista Bela Megale explica, em sua coluna no jornal O Globo, o fator que pesou para o presidente Jair Bolsonaro (PL) escolher o novo comandante.
De acordo com a colunista, Bolsonaro “busca suprir uma insatisfação que nutre há tempos com a Força: um chefe com maior alinhamento e que aceite passar seus recados e sair em defesa do governo”. Freire Gomes será nomeado ainda nesta quinta-feira (31).
O presidente quer um perfil semelhante ao do general Eduardo Villas Bôas. Ele foi o comandante do Exército entre 2014 e 2019 e hoje está na reserva. Em 2018, o militar ficou conhecido por uma publicação interpretada como pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para rejeitar um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A postagem foi criticada por ministros.
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Bolsonaro fez muitas mudanças no Exército, diz estudo
As três trocas em quatro anos viraram piada entre militares de hierarquias altas. Eles brincam que o Comando do Exército se assemelha ao das polícias militares, onde a rotatividade é bem alta. Um estudo do professor da Universidade de Brasília e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Arthur Trindade, mostra que a piada se confirma: nos últimos três anos, o Exército já teve mais comandantes do que as PMs de alguns estados.
A rotatividade do comando do Exército foi maior do que no Distrito Federal e do que nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Rio Grande do Sul e Santa Catarina empatam, já que também tiveram três comandantes gerais.