Randolfe Rodrigues, principal líder da oposição ao governo Bolsonaro no Congresso e coordenador da campanha de Lula, avalia que o ex-presidente e o PT devem avançar para um outro patamar de enfrentamento a Bolsonaro.
O senador da Rede do Amapá defende a articulação de uma frente mais ampla, e acredita que esta deve ser uma eleição de um único turno. Esse receio vem sob a pena de que o PT seja novamente derrotado pelo atual presidente.
Em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, Randolfe alerta: a seis meses da eleição presidencial, se os democratas não se unirem e se Lula não conversar com setores mais amplos da sociedade, para além da esquerda, Bolsonaro sairá vitorioso.
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A pluralidade de Lula
Randolfe avalia que Bolsonaro hoje está muito mais forte do que em 2018, porque agora, além do apoio dos militares, trouxe para o núcleo do governo o que de mais profissional existe na política brasileira, no mau sentido, o Centrão.
O senador propõe que Lula faça gestos em direção a todo o campo democrático, inclusive outras pré-candidaturas, como as da senadora Simone Tebet e dos ex-governadores João Doria e Eduardo Leite. Ex-aliados, que foram ou são pré-candidatos, também são contados, além de tentativas de reaproximação do ex-presidente à Marina Silva.
Para que essa abordagem mais plural seja feita, Randolfe sugere que o ex-presidente se apresente como o Lula de 2002, e não como o de 1989.
“A campanha de Lula, e faço uma autocrítica porque estou nela, tem que ir para a rua, chamar toda a sociedade para conversar. Conversar com os sem-terra e com o agronegócio. Com o bancário, e com banqueiros. Conversar com os rincões da Amazônia e com a zona sul do Rio de Janeiro. Tem que caminhar pelo Nordeste, mas também pelo Sul. Conversar com o chão de fábrica e com a Faria Lima. Tem que conversar com a mídia alternativa, mas também com a Globo e a Record. Não deve ser uma candidatura da esquerda, mas sim uma candidatura da união nacional”, disse em entrevista ao Metrópoles.