Eduardo Leite (PSDB), com 1% da preferência dos eleitores, segundo o último Datafolha, é um caso a ser estudado.
É um fenômeno único da política brasileira. Nunca antes um candidato com 1% foi apresentado como alternativa da direita nem de partido algum. Nem Cabo Daciolo aparecia com apenas 1% nas pesquisas de 2018. Nem Levy Fidelix, falecido presidente do PRTB.
Nunca antes na democracia brasileira um pré-candidato com 1%, que não é candidato de partido algum, foi apresentado pela imprensa com canto cartaz, e agora como potencial candidato da terceira via que não existe.
O PSDB, que deseja trocar João Doria por Leite, decidiu, por iniciativa da cúpula de caciques do partido, que os tucanos irão financiar a pré-campanha de Leite em suas andanças pelo país.
O gaúcho sairá pelo Brasil, atrás principalmente dos votos dos jovens, conforme anunciam jornalista amigos dele. E às custas do PSDB. Mas o candidato do PSDB é Doria.
Com 1% de preferência, o sujeito que pretende dar o golpe em Doria poderá comemorar manchetes como esta, nas próximas pesquisas: Leite dobra seu índice e chega a 2%.
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Bandidos
Eduardo Bolsonaro debochando da tortura sofrida por Miriam Leitão. Terá mais 1 milhão de votos, além dos que já recebeu em 2018, porque esse é um país em que há eleitores tão bandidos quanto os bandidos eleitos.
Mas é preciso perguntar: o que Miriam Leitão, Merval Pereira e seus colegas da Globo fizeram para que adoradores de torturados não fossem eleitos? Quase nada.
Bateram todo o tempo em Lula, em Dilma, no PT e nas esquerdas. Bolsonaro e os filhos só existem porque os jornalistas da Globo deixaram que eles crescessem a reboque do lavajatismo.
Miriam Leitão já condenou as torturas sofridas por Dilma, mas não fez nada de excepcional. Era só o que faltava uma torturada calar diante das torturas sofridas pela única mulher eleita presidenta do país.
E o que vai acontecer com Eduardo Bolsonaro? Nada, nada, nada. Como não aconteceu com o pai dele e com todos os que idolatram torturadores. Nunca acontece nada.
É constrangedor também que a notícia sobre o deboche de Eduardo apareça na capa dos sites, inclusive da Folha, mas não na capa do Globo, onde Miriam trabalha.
O Globo escondeu o ataque covarde sofrido pela sua principal colunista.
(Para quem ainda não sabe, o fritador de hambúrguer escreveu no Twitter: “Ainda com pena da cobra”. A frase faz referência à tortura sofrida por Miriam durante a ditadura, quando era militante de esquerda e foi presa e colocada nua em um quarto escuro com uma cobra jiboia.)
Fracos
Para celebrar mais uma vitória na Justiça contra Luciano Hang, Felipe Neto postou um vídeo onde debocha do empresário bolsonarista e, ao final da produção, uma série de pessoas surgem dançando a coreografia da música Envolver, da cantora Anitta e que ficou em primeiro lugar no Spotify mundial.
(Originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES)