O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, autorizou o compartilhamento de mensagens da Operação Spoofing na ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na qual o ex-procurador Deltan Dallagnol é investigado por vaquinha para indenizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela condenação no processo sobre o Power Point.
As mensagens, trocadas no aplicativo Telegram, foram hackeadas do celular do ex-procurador e apreendidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing, em 2019.
A ação, movida pela defesa de Lula, aponta possível estelionato de Dallagnol ao abrir a vaquinha para conseguir dinheiro e pagar a indenização. Advogados do ex-presidente afirmam que ele já previa “ações de indenizações” por causa das ilegalidades cometidas pela Lava Jato.
Nos diálogos apontados pela defesa do petista, Dallagnol discute com interlocutores a criação de um fundo, criado com o dinheiro de suas palestras, para arcar com eventuais ações de indenização na Justiça.
“Cá entre nós (não conte nem pra sombra rs), o fundo é um meio de nos protegermos contra as ações de indenização que vieram/virão”, disse o então procurador a uma interlocutora, em junho de 2017.
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Dallagnol previa possível indenização a Lula
Em outra mensagem, ele fala de um possível processo em que poderia vir a indenizar Lula. “A questão é: todas as finalidades que não quero declarar expressamente (custeio da ação do Lula contra mim e eventual plano de futuro em off) estão abrangidos no texto, a seu ver?”, questionou Dallagnol, em janeiro de 2017.
“Imagina eu ser condenado na ação do Lula a 1,5 milhão… não dá pra confiar que daqui a 15 anos o povo vai fazer um crowdfunding”, disse em outro texto em junho de 2017.
Para a defesa de Lula, as trocas de mensagens indicam uma possível prática de estelionato por parte de Dallagnol.