Em 14 de junho de 2019, Sergio Moro afirmou que foi “descuido” repassar pistas de apuração contra o ex-presidente Lula por um aplicativo de mensagens ao então procurador Deltan Dallagnol. Agora, anos depois, ele nega e diz que não sabe se isso aconteceu.
Durante a sabatina do ex-ministro de Bolsonaro, que acontece na tarde deste sábado (9) na Brazil Conference, o advogado Augusto de Arruda Botelho, crítico do ex-juiz da Lava Jato e participante do evento, questiona Moro sobre a “Vaza jato” e pergunta sobre a troca de mensagens entre ele e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol.
“Tem uma conversa específica que o senhor comentou, que o senhor chamou de descuido em uma entrevista para a Veja. O senhor indicou uma testemunha para o Deltan, ele vai atrás dessa testemunha que se recusa a prestar um depoimento. Deltan então diz: ‘eu vou forjar uma denúncia anônima’, porque na verdade a fonte era o senhor e aí então essa testemunha vai prestar um depoimento. O senhor responde “melhor formalizar então’. Isso aqui é uma falsidade ideológica, o senhor não só repreendeu o procurador, como concordou. O que faz com que seja quase que um co-autor de falsidade ideológica. O senhor acha essa conversa normal?”, questiona Botelho.
Moro então tenta se desviar do assunto e diz: “Essa troca de mensagens, nem sei se aconteceu”.
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Moro chama de “descuido” troca de mensagens
Mensagens atribuídas ao ex-juiz e ao ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil em 2019, mostram que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. Moro negou ter cometido qualquer ato ilícito e chamou de descuido o repasse de informações.
“Nós lá na 13ª Vara Federal, pela notoriedade das investigações, nós recebíamos várias dessas por dia. Eu recebi aquela informação e, aí assim, vamos dizer, foi até um descuido meu, apenas passei pelo aplicativo. Mas não tem nenhuma anormalidade nisso. Não havia nem ação penal em curso”, disse à época.