Café da Manhã do DCM, com análises e informações sobre o Brasil e o mundo. Às 9 horas, bate papo com o jornalista Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), autor do livro ” A República das Milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, ganhador do Prêmio Jabuti de 2021.
Na conversa os áudios revelados pelo STM, sobre torturas na ditadura militar; o julgamento de Daniel Silveira, no STF; o calote do governo com as polícias da União, na questão do reajuste salarial; e a ação das milícias bolsonaristas – físicas e virtuais – durante o período eleitoral. Logo após, tem Café Anti-Colonial, com Renzo Mora e Fabrício Rinaldi, que recebem Alberto Cantalice, da Fundação Perseu Abramo. Moderação: Maria Fernanda Passos
Os áudios vazados comprovam práticas de tortura nas décadas da Ditadura Militar
Segundo informações divulgadas pela jornalista Miriam Leitão, foram acessados, em 2015, 10 mil horas de gravações das sessões secretas do Superior Tribunal Militar e identificaram áudios que comprovam a prática de tortura durante o período da ditadura militar. Os arquivos foram acessados pelo advogado Fernando Fernandes e o historiador Carlos Fico, titular de História do Brasil da UFRJ.
As gravações são dos anos de 1975 a 1985. Em 2006, Augusto Fernandes pediu acesso ao material, mas o STM se recusou a fornecer. Em 2011, a ministra Cármen Lúcia liberou o fornecimento do material, porém a ordem só foi cumprida quando o Plenário do STF acompanhou o voto da ministra. Assim, o advogado obteve o acesso em 2015 e as centenas de fitas de rolo com as gravações passaram a ser digitalizadas.
Segundo Miriam, em uma das sessões é confirmado um caso de aborto durante tortura. “Fato mais grave suscita exame, quando alguns réus trazem aos autos acusações referentes a tortura e sevícias das mais requintadas, inclusive provocando que uma das acusadas, Nádia Lúcia do Nascimento, abortasse após sofrer castigos físicos no Codi-DOI”, confirmam áudios.
Confira a live abaixo: