O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a não quer a “volta ao passado” ao defender a revogação da “reforma” trabalhista. Em entrevista na última terça-feira (19) à Rádio Conexão 98 FM, do Tocantins, ele destacou que pretende construir relações de emprego que levem em conta as transformações do mercado, mas que preserve a dignidade das condições de trabalho. “Fui dirigente sindical e sempre briguei contra uma reforma trabalhista que destruísse os direitos conquistados. Ninguém quer de volta o passado, mas queremos construir uma relação de trabalho moderna, que respeite o direito de trabalhadores.”.
Neste sentido, Lula também criticou o presidente Jair Bolsonaro pela ausência de uma política de desenvolvimento para o país. E defendeu principalmente os investimentos em Ciência e Tecnologia como forma de recuperar a indústria brasileira e os empregos com qualidade e dignidade. “Para construir um país industrial, você precisa investir em ciência e tecnologia. Em educação. Só em Tocantins fizemos 11 escolas técnicas em 11 cidades diferentes. E isso está acabando porque não tem mais investimento”, afirmou o ex-presidente.
Lula confirmou que pretende anunciar a sua pré-candidatura em 7 de maio, e depois deve percorrer o Brasil. “O país precisa de paz, de alguém que faça uma discussão madura, sobre desenvolvimento, sobre emprego, futuro. Não de um presidente que não conversa com ninguém”.
Gasolina e gás
Ele também voltou a criticar a política de preços da Petrobras, que, desde 2016, dolarizou o preço dos combustíveis no mercado interno. Além disso, Lula defendeu que o gás de cozinha “precisa entrar na cesta básica”. “O Brasil não tem necessidade de estar com preços vinculados ao dólar. Em 2008, com a crise financeira mundial, o barril do petróleo chegou a 147 dólares, mas o litro da gasolina no Brasil custava apenas R$ 2”, ressaltou.
Sobre as eleições de 2022, Lula disse que não se encanta, nem se entristece com pesquisas. Disse não acreditar no surgimento de uma “terceira via”, e prevê, assim, uma disputa polarizada entre ele e o atual presidente. “A polarização sempre existiu”, frisou. Por outro lado, ele também afirmou que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cotado como seu vice, vai ajudá-lo “a consertar esse país”.
Publicado originalmente na CUT