Com inflação mais alta para o mês de abril desde a década de 90, o país tem enfrentado nos últimos cinco anos um crescimento inflacionário intenso. Após o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma e a entrada do governo de Bolsonaro, a moeda nacional perdeu mais de 30% do seu valor de compra.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, no Brasil a taxa dos preços saltou para 10,06% em 2021. Já nos 12 meses até março deste ano, chegou a 11,30%, o que indica mais um ano de crescimento. Já em 2018, o IPCA registrado no país foi de 3,75%.
Com isso, entre março de 2018 e março de 2022, a moeda brasileira perdeu 31,32% do valor e poder de compra. Ou seja, a população brasileira só consegue comprar 2/3 do que comprava, com o mesmo valor, há 3 anos atrás.
Em 2021, R$ 50 custava 55,65. Em 2020, o valor chegava a R$ 59, 04. Já em 2018, o valor chegou a R$ 63,79, em 2017; R$ 65, 49. Já no ano de 2013, o valor era de R$ 85, 99.
Além disso, a alimentação básica ocupou 50% do salário mínimo das famílias brasileiras. De acordo com o economista Fabio Louzada, analista CNPI e CEO da escola “Eu Me Banco”, se vive o pior cenário em termos de inflação versus reajuste de salários.
“O brasileiro sente mais a inflação porque está nos produtos e serviços que a população mais consome no dia a dia: gasolina, gás de cozinha, alimentos, energia elétrica e aluguel. Complementando, vem o salário do consumidor que teve poucos reajustes nesse período, principalmente por conta da pandemia”, explicou Louzad.
Além disso, segundo Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de abril, mais de 60% da população teve que cortar gastos nos últimos seis meses, sem contar que mais de 30% teve que fazer cortes “grandes ou muito grandes” nas despesas.