Professor de Processo Penal desmonta falácia de Dallagnol sobre ONU e Lula

Atualizado em 10 de maio de 2022 às 21:43
Lula e Deltan Dallagnol
Foto: Reprodução

Professor de Processo Penal, Caio Paiva desmontou a falácia de Deltan Dallagnol sobre a ONU (Organização das Nações Unidas) e Lula. O ex-procurador diz que Lula “não foi inocentado pela ONU”. Ele argumenta que não foi o Conselho de Direitos Humanos da organização que decidiu, mas membros do Comitê de Direitos Humanos. Também diz que ela não foi unânime e que o colegiado “apenas seguiu a narrativa adotada por parte do Supremo Tribunal Federal”.

“O Comitê de Direitos Humanos não é um tribunal. Não julga nada, não pode absolver nem condenar. O Comitê não tem poder decisório e sequer é reconhecido por todos os Estados membros da ONU”, diz Deltan.

Em resposta, Paiva afirmou que Deltan “não deveria desinformar a população a respeito do funcionamento da ONU”. Ele corrige o ex-procurador e aponta: “O Comitê de Direitos Humanos realmente não disse que Lula é inocente. E nem poderia ter ocorrido de outra forma. Órgãos internacionais não assentam culpa ou inocência, mas apenas verificam violações de direitos humanos (fórmula da quarta instância)”.

Ele ainda explica o funcionamento do órgão para Deltan:

“O Comitê de Direitos Humanos foi criado em 1966. Mais da metade dos 193 países membros da ONU reconhecem a competência do Comitê para processar petições individuais e decidir sobre violações de direitos humanos. O fato de a demanda não ter sido processada no Conselho de Direitos Humanos – que nem tem essa competência – é um ponto positivo: foram especialistas independentes que reconheceram a parcialidade de Moro, e não Governos”.

No mês passado, o comitê reconheceu a parcialidade de Sergio Moro sobre os processos contra o ex-presidente. O colegiado ainda  entendeu que os direitos políticos do ex-presidente foram violados nas eleições de 2018 e que o vazamento de conversas com a família foi abusivo.

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