Adolfo Sachsida, novo ministro de Minas e Energia, apresentou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) uma série de críticas à política de preços da Petrobras antes de assumir o cargo, o que inclusive pode ter contribuído para a indicação.
Apesar de não defender pautas como a intervenção direta nos preços, como por meio da concessão de subsídios, o ministro foi até Bolsonaro com argumentos de que a Petrobras contabiliza custos de importação nos cálculos, mesmo boa parte do combustível sendo comercializado no Brasil.
O caso ajudaria até a explicar o lucro da Petrobras nos últimos levantamentos. Em 2021, a estatal alcançou um resultado recorde, com R$ 106,6 bilhões de arrecadação, e só no primeiro trimestre deste ano o valor chegou a 45,5 bilhões.
Estratégia defendida por Sachsida agrada Bolsonaro
Segundo aliado do presidente ouvidos pela Folha, a visão do assessor de Economia, que é bolsonarista, agradou o presidente Bolsonaro, que concorda haver problemas na política adotada pela Petrobras.
Segundo a lógica da equipe econômica, a inclusão dos custos de importação deixa os preços cobrados pela estatal mais caros e amplia a margem de lucro.
A equipe econômica ligada a Paulo Guedes, ministro da Economia, pensa em ser mais adequado aderir aos preços FOB (“free on board”, livre de custos) no cálculo de quando for cobrar internamente, uma vez que esse valor seria arrecadado apenas se a Petrobras exportasse seu combustível.