O caso de racismo do jogador Rafael Ramos, do Corinthians, que chamou Edenilson de macaco, reafirma o que todo mundo sabe e Casagrande observou no Roda Viva.
As reações ao racismo e a todo tipo de violência estão sempre aquém do tamanho do crime cometido.
Os jogadores, pelo silêncio, são cúmplices do racismo contra os próprios colegas.
Os dirigentes dos clubes são covardes ao não fazerem nada.
As estruturas do futebol e da chamada justiça desportiva são protagonistas e fiadoras dessa omissão.
A Justiça comum é patrocinadora da impunidade dos racistas.
As torcidas ditas organizadas, com exceções, são parte desse pântano imundo.
O Brasil está cada vez mas racista, porque nunca foi tão cômodo ser racista dentro e fora de estádios de futebol.
O bolsonarismo é o patrocinador e fomentador de atos racistas, homofóbicos, machistas, fascistas.
Nunca foi tão fácil chamar alguém de macaco. O racista é um dos heróis impunes da extrema direita (ao lado dos torturadores) e também de um terço da população que aplaude Bolsonaro.
O Brasil é há muito tempo um dos países mais acovardados do mundo, diante do avanço dos fascistas por toda parte, mas preocupado com os racistas e nazistas da Ucrânia.
Sim, vão dizer que Rafael Ramos é português. Pois é. Talvez lá na terra dele não fizesse o que fez aqui com tanta desenvoltura.
O racista é hoje um personagem nacional, um tipo brasileiro, com a ajuda de racistas de todo lado. O racista estrangeiro se sente à vontade no Brasil.
Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes