Um tucano voando para o novo golpe. Por Moisés Mendes

Atualizado em 23 de maio de 2022 às 8:33

É errática, com trilhas envoltas por penumbras éticas e manobras oportunistas, a caminhada de Eduardo Leite em direção a alguma coisa que ele nunca sabe direito o que possa ser.

Leite não conseguiu aplicar o golpe em João Doria e cometeu um erro que políticos menos arrogantes não cometeriam. Caiu na arapuca armada por Aécio Neves, que comandou a manobra golpista, e se deu mal.

Ficou marcado como péssimo perdedor dentro e fora do PSDB, depois de ser derrotado nas prévias por Doria, e desde então anda vagando sem rumo sem saber como pode sobreviver politicamente.

A notícia mais recente é esta. Leite não será candidato nem a deputado federal e tampouco a senador. O que ele planeja agora é um golpe em Ranolfo Vieira Júnior.

Ranolfo era o seu vice-governador e trocou o PTB pelo PSDB para ser o candidato tucano ao governo do Estado, quando todos apostavam que Leite seria o nome do partido a presidente.

Leite perdeu para Doria e não conseguiu aplicar o golpe para tomar seu lugar. Porque nunca apareceu nas pesquisas como candidato competitivo. Leite sempre foi um pangaré, ao lados dos últimos colocados.

Por isso se prepara agora para tirar Ranolfo da disputa, segundo informa Fábio Schaffner em Zero Hora. Mesmo que tenha assegurado que jamais disputaria uma reeleição.

Leite renunciou ao governo do Estado, empurrou seu vice para a candidatura ao Piratini, chegou a namorar o PSD e agora recua, por entender que disputar a vaga ao Senado é arriscado e que se candidatar a uma vaga à Câmara nada significa.

A reportagem de Schaffner informa que os tucanos que estavam com Ranolfo aceitam a reviravolta com naturalidade, porque Leite tem a preferência e mais potência eleitoral.

Não deveria ser assim. Depois de tudo o que fez nos últimos meses, como político do vale-tudo, Leite poderia ser contido pelo menos por parte do partido, em nome dos que ainda preservam posturas minimamente corretas na política.

Leite vai em frente e passa por cima de Ranolfo porque poderia vencer todos os outros candidatos ao governo no primeiro turno. É o que dizem. E assim se resolve a questão, e o golpe contra Ranolfo está a caminho.

Tucanos menos coniventes apontam para a seguinte suspeita. Leite induziu Ranolfo a ser o candidato ao Piratini, sabendo que o protegido apareceria mal nas pesquisas.

Se fracassasse na disputa com Doria, poderia retomar a ideia da reeleição, porque o nome a ser afastado do caminho não tem imposição eleitoral e nem mesmo liderança no partido. É o que pode acontecer na semana que vem.

Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes

Clique aqui para se inscrever no curso do DCM em parceria com o Instituto Cultiva

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link