Em entrevista ao jornal O Globo, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem força para realizar um golpe institucional no Brasil.
“Vai espernear, mas ele não tem condições externas e internas de manter um regime de força aqui”, disse o petista. “Até porque são oito milhões de universitários hoje no Brasil. No golpe de 1964, eram 200 mil e, em geral, da elite. A democracia vai ser defendida com unhas e dentes”.
De acordo com o ex-prefeito de São Paulo, pode ser que Bolsonaro tente repetir o que fez o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que não aceitou sua derrota nas eleições de 2020 e incentivou a invasão ao Capitólio, sede do Congresso do país. O episódio, que até hoje é investigado pelas autoridades americanas, resultou na morte de cinco pessoas.
“Ele vai fazer o que o Trump fez, piorado. Se nos Estados Unidos, onde a democracia é mais consolidada, houve cinco mortes, aqui pode ser pior. Mas não vai ser bem-sucedido. Não vai acontecer o mesmo de 1964”, avaliou Haddad.
Ao falar sobre sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-prefeito disse ser provável que a união nacional do PT com o PSB não se repita em SP no primeiro turno, já que o ex-governador Márcio França não está disposto a se retirar da disputa.
“Nunca mencionei a hipótese de constranger o Márcio a abrir mão da candidatura. Pelo contrário, disse que seria uma honra ter o PSB na chapa, mas que entendia plenamente a condição da manutenção da candidatura dele”, disse o petista.
“Hoje o Márcio apoia o Lula, independente de ter duas candidaturas. Isso que tem de ser louvado. Ele não está condicionando o apoio ao Lula à minha desistência. E hoje o mais provável é ter duas candidaturas”, acrescentou.