Publicado no Come Ananás
Por Hugo Souza
No dia seguinte à segunda participação em três meses da Polícia Rodoviária Federal em chacinas na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, um homem foi morto por inalação de fumaça numa viatura da PRF transformada em câmara de gás, no Sergipe.
Na manhã desta quarta-feira, 25, entre a chacina no Rio de Janeiro e o assassinato no Sergipe, Jair Bolsonaro parabenizou os autores da chacina no Rio: “Guerreiros”.
Na tarde desta quarta, com a senha em punho, três policiais rodoviários federais assassinaram Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, na cidade sergipana de Umbaúba. Os policiais jogaram Genivaldo no porta-malas da viatura junto com uma bomba de gás, para que ele morresse sufocado.
Um vídeo mostra Genivaldo gritando dentro da viatura, com as pernas para fora, agitadas pela agonia. Até que as pernas de Genivaldo param de se mexer. Dezenas de pessoas assistem, impávidas, algumas de braços cruzados, à execução.
Outro vídeo da “abordagem” a Genivaldo mostra que, antes de morrer na Auschwitz móvel de Umbaúba, ele foi gratuitamente agredido pelos policiais rodoviários, chegando a receber um jato de spray de pimenta no rosto quando estava parado, com as pernas abertas, mãos na cabeça.
Qualquer semelhança entre a matança no Rio e a da Auschwitz móvel do Sergipe com os Einsatzgruppen, os esquadrões da morte nazistas, não é mera coincidência.
Entre os alvos dos Einsatzgruppen estavam os deficientes físicos e doentes mentais, em nome da “pureza da raça”. Genivaldo de Jesus Santos, de resto, era esquizofrênico.
Jair Bolsonaro e o bolsonarismo estão transformando setores da Polícia Rodoviária Federal em esquadrões nazistas da morte.