Devido aos constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral e ao Judiciário, em pleno ano eleitoral, órgãos internacionais não esperarão até outubro para acompanhar o processo eleitoral no Brasil, temendo por piora nas ameaças e violências políticas que já são realidade no atual cenário do país.
Organizações como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, OEA (Organização dos Estados Americanos) e o escritório regional do Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Direitos Humanos já iniciaram contatos para acompanhar mais cedo as campanhas no país, enquanto outras reuniões acontecem para monitorar os riscos que as eleições podem oferecer. Segundo observadores, desembarcar apenas em outubro para analisar o funcionamento das urnas pode ser ”tarde demais”.
Nesta quinta-feira, uma reunião fechada aconteceu entre entre grupos de ativistas brasileiros e a presidência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. As entidades pediram para que haja uma articulação com órgãos da ONU para monitoramento e alerta sobre a situação nacional, além de que seus representantes possam estar na delegação de observadores que a OEA possivelmente irá enviar para monitorar as violações de direito humanos que ocorram durante as eleições.
Com o término da reunião, a Comissão Interamericana assumiu o compromisso de realizar uma reunião a cada dois meses para ser atualizada sobre o cenário brasileiro. As conversas também levaram a uma reunião para avaliação de questões relatadas pela sociedade civil, de uma observação a partir dos relatos de um olhar interseccional, com prioridade para reconhecimento das violências contra mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+.