Vinícius Hayden Witezee, mais conhecido como “Ziza”, foi assessor do vereador Gabriel Monteiro e o denunciou pela prática de assédio moral e sexual.
Witezee morreu na noite deste sábado (28 de maio), num suposto acidente de trânsito em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, seu carro capotou na RJ-130, que liga Teresópolis a Nova Friburgo, e ele faleceu na hora. A mulher que estava com ele – que ainda não foi identificada – foi levada para o Hospital das Clínicas de Teresópolis.
De acordo com o registro feito na 110ª DP, no interior do veículo foram encontradas cópias do termo de declaração contra Monteiro.
Foi feita uma perícia no local. Segundo a Polícia Civil, a sobrevivente foi ouvida e descartou intervenção de terceiros. Ela afirma que Vinícius estava em alta velocidade, superior às condições da rodovia, e perdeu a direção na curva ao frear, o que causou o capotamento.
Na última quarta-feira (25 de maio), ele prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara do Rio. Usava colete à prova de balas e disse que estava andando com escolta.
Witeze falou que todos os vídeos dos chamados “experimentos sociais” do ex-chefe eram manipulados e que era responsável por investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Gabriel para montar dossiês.
Após abrir o bico, lamentou que tinha perdido o “direito de ir e vir” e não conseguia mais visitar a filha.
“Perdi a minha liberdade. Tenho que andar de carro blindado, colete à prova de balas”, declarou.
“Tenho que cercear o meu direito de ir e vir, de sair a hora que eu quero porque o vereador gravou vídeos expondo o meu número pessoal, me colocando como se fosse uma pessoa que tivesse negociado com uma pseudo máfia do reboque, que ele vive falando que é tudo a máfia do reboque dele”.
São coisas da milícia. Há algumas coincidências com o caso de Gustavo Bebianno, ex-amigo e ministro de Jair Bolsonaro.
Bebianno morreu na madrugada de 14 de março de 2020, em Teresópolis, oficialmente vitimado por um infarto fulminante. Tinha 56 anos, era lutador de jiu-jitsu desde a juventude, não bebia e nem fumava.
Bebianno foi um dos homens mais importantes na campanha de Jair Bolsonaro em 2018. Sua queda começou com a descoberta do “laranjal do PSL”. Virou a nêmesis de Carlos Bolsonaro.
Bebianno teria deixado no exterior um celular cujo conteúdo poderia incriminar o presidente. A viúva relato à Polícia Federal, no entanto, que destruiu o aparelho. E assim se livrou de um problema.
“Não acredite em nada do que você ouve e em metade do que você vê”, disse Tony Soprano para um amigo depois de mandar mais um chefe da máfia dormir com os peixes.