Desde o início da pose, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL) parece estar curtindo muito fora da cadeira presidencial ao invés de resolver os problemas que o país enfrenta. Além de gastar boa parte do tempo de governo atacando instituições federais como o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele usou também dias de expediente normal para lazer ou praticar atividades sem relação com a agenda oficial.
Segundo dados do Folha de S. Paulo, o presidente teve 15 férias e feriadões fora do Palácio do Planalto, dentre estas 11 em Andaras, no Guarujá (SP) e 3 vezes em Forte Marechal Luz, São Francisco do Sul (SC). Esteve presente em 15 camarotes em partidas de futebol. Além disso, esteve presente em 33 motociatas, cavalgadas, carreatas e afins. As motociatas em apoio a Bolsonaro, até o fim de 2021, custaram ao menos R$ 5 milhões aos cofres públicos.
Por outro lado, o chefe do Executivo teve 48 dias úteis sem nenhum compromisso oficial nesses quase três anos e meio a pandemia. Em outros 69 dias úteis, só houve compromissos após meio-dia, que foram 17 dias em 2019, 11 em 2020, 27 em 2021 e 14 em 2022.
A folga mais recente foi na última sexta-feira (27), em que participou de mais uma motociata e de um encontro evangélico. Já no resto do dia sua agenda não mostrava nenhum compromisso durante a tarde.
Outra dessas folgas foi em 2020, em meio a pandemia da Covid-19 e o lockdown, quando o presidente passeou de jet ski no Lago Paranoá, em Brasília. Na época, o Brasil registrava mais de 10 mil mortos pelo vírus.
Já este ano, ao ser questionado sobre férias no litoral de Santa Catarina no fim do ano, que custaram quase R$ 900 mil de dinheiro público. “Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel”, declarou.