“Vamos acertar as contas”: leia o bilhete com ameaças de morte ao indigenista Bruno Pereira

Atualizado em 7 de junho de 2022 às 12:09
Bruno Araújo Pereira

Pouco antes do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira, da Funai (Fundação Nacional do Índio), um bilhete apócrifo com ameaças explícitas contra ele e contra lideranças indígenas foi deixado no escritório de advocacia que representa a organização para a qual Pereira vinha trabalhando voluntariamente, em Tabatinga, no Amazonas.

”Sei quem são vocês e vamos achar pra acertar as contas”, diz um trecho do bilhete. “Sei que quem é contra nós é o Beto Índio e o Bruno da Funai é quem manda os índios irem prender nossos motores e tomar os nossos peixes. (…) Se querem dar prejuízo, melhor se aprontarem. Está avisado.”

A ameaça supostamente veio de pescadores que praticam de maneira ilegal a retirada diária de toneladas dos peixes pirarucus e tracajás.

Bruno Araújo Pereira é ativo no combate aos invasores do Vale do Javari, região amazônica com a maior concentração de povos isolados do mundo. Ele já foi coordenador regional da Funai em Atalaia do Norte (AM). Juntamente com Beto Marubo (coordenador da entidade, e o servidor da Funai), Bruno já vinha recebendo ameaças de morte anteriormente.

o indigenista desapareceu junto ao jornalista inglês Dom Phillips, quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, os dois desapareceram no Vale do Javari. O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e o Exército já foram acionados para realizar as buscas.

Leia o bilhete na íntegra:

O bilhete anônimo surgiu há cerca de um mês e meio e foi endereçado ao advogado Eliesio Marubo, um dos coordenadores da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja).