No dia 26 de maio desse ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques foi para Paris ver a final da Champions League com as despesas pagas por um advogado. Ele também assistiu jogos do torneio de tênis Roland Garros e o GP de Mônaco de Fórmula 1. O magistrado foi bancado pelo advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono de um escritório de advocacia no Rio de Janeiro. Usado para a viajem, o jatinho de prefixo PR-XXI também pertencia a Vinicius.
Ele é formado na Universidade Federal de Ouro Preto, com especialização em Direito Público pela ANAMAGIS/MG e em Direito do Petróleo pelo MBP/COPPE, Especialista em Consultoria e Auditoria Tributária e Fiscal e atua em processos em curso no STF. Já atuou em empresas e entes públicos brasileiros, nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará por exemplo no desenvolvimento e acompanhamento de investimentos em projetos estruturados no setor de energia.
Vinícius já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3. O senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison é suspeito de ser sócio oculto de um grupo de empresas sediado nas Ilhas Cayman.
O advogado era colega de escritório advogado maranhense Marcio Coutinho, que foi secretário de articulação política da campanha derrotada de Lobão Filho (PMDB) ao governo do Maranhão em 2014 e advoga para ele no Supremo. Ambos tinham reuniões semanais com sócios do grupo em São Paulo para acompanhar o negócio em nome do ex-ministro. A banca chegou a ter uma sala no mesmo prédio da Diamond.
O inquérito foi aberto na Justiça Federal em São Paulo e encaminhado em fevereiro deste ano ao Supremo Tribunal Federal. As investigações apuram a eventual participação do senador na holding Diamond Mountain, voltada para a captação de recursos de fundos de pensão de estatais, fornecedores da Petrobrás e empresas privadas que recebem recursos de bancos públicos, como o BNDES, áreas de influência do PMDB.