Edson Fachin determinou a instauração de um processo administrativo para acompanhar a fiscalização e a auditoria do sistema eletrônico durante as eleições deste ano. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reagiu a ofícios enviados na véspera por Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa, e Anderson Torres, da Justiça.
Torres afirmou ao magistrado que a Polícia Federal vai participar da fiscalização das urnas eletrônicas e que a corporação poderá usar programas próprios para fazer isso. Nogueira pediu uma reunião com técnicos do tribunal e das Forças Armadas para “dirimir eventuais divergências técnicas” e “discutir as propostas apresentadas pelas Forças Armadas”.
As medidas tomadas pelos ministros fazem parte da ofensiva de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral. O presidente tem atacado as urnas eletrônicas e dito, sem provas, que elas não são confiáveis.
Segundo o blog de Valdo Cruz no g1, a medida tomada por Fachin é uma tentativa de demonstrar que todas as entidades e instituições envolvidas na segurança das eleições poderão indicar representantes técnicos, mas que não vai conceder atribuições diferenciadas às Forças Armadas e à Polícia Federal.
“O mais importante é mostrar que é o TSE que define como e quando será feita a fiscalização. E todos poderão fiscalizar da mesma forma, sem qualquer diferença em relação a PF ou Forças Armadas”, afirmou uma fonte do tribunal.