O presidente Jair Bolsonaro (PL) planejava renomear o pastor presbiteriano Milton Ribeiro para o Ministério da Educação, mesmo após a revelação do escândalo que causou a demissão do agora ex-ministro, preso na manhã desta quarta-feira (22) pela Polícia Federal.
Segundo o repórter Guilherme Amado, Bolsonaro esperava que a PF inocentasse Ribeiro, que retornaria ao MEC com “status de injustiçado”. Em uma cerimônia logo após sua exoneração, no final de março, o plano foi exposto pelo presidente para ministros deixaram os cargos para disputar as eleições.
“Não está aqui infelizmente o nosso ministro Milton, que nos deixou temporariamente”, afirmou ele na ocasião.
Milton Ribeiro foi preso hoje, na cidade de Santos (SP), em uma operação que investiga o favorecimento a pastores pelo ministério que ele comandou por menos de dois anos.
Quatro dias antes de demiti-lo, o presidente disse que colocaria a “cara no fogo” por ele. Diante do escandâlo com os líderes religiosos, porém, perdeu o apoio até mesmo de integrantes da bancada evangélica no Congresso e precisou recuar.
Na manhã desta quarta, em entrevista à rádio Itatiaia de Minas Gerais, Bolsonaro comentou a prisão do ex-ministro da Educação e disse que Ribeiro deve “responder pelos seus atos”. De acordo com o chefe do Executivo, Milton mantinha “conversa informal demais com pessoas de confiança dele” e isso pode tê-lo prejudicado.
“Se a PF prendeu, tem um motivo”, afirmou, argumentando que a operação que prendeu o ex-ministro e os dois principais pastores envolvidos no esquema – Arilton Moura e Gilmar Santos – é um sinal de que o governo não está interferindo na Polícia Federal.