Nesta terça-feira (28), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC) sob o comando do ex-ministro Milton Ribeiro.
A comissão, que já ganhou o nome de “CPI do MEC”, ainda depende da aprovação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que fará a leitura do documento em plenário.
Para senadores da oposição, a criação da CPI será uma forma de investigar o caso de maneira independente de órgãos ligados ao governo.
De acordo com o regimento do Senado, o requerimento de abertura da Comissão precisa ser assinado por, no mínimo, 27 senadores – um terço dos 81 que compõem a Casa. Na semana passada, Randolfe anunciou que 29 parlamentares haviam endossado a criação.
Ribeiro foi preso em uma operação da Polícia Federal, na última quarta-feira (22), junto com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Investigado por suspeita de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência, o ex-ministro formou um gabinete paralelo no MEC usando os dois líderes religiosos.
No pedido de criação da CPI, Randolfe cita reportagens que revelaram a prioridade que era dada por Milton a seus amigos pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), na destinação de verbas do MEC para construção de escolas e creches em vários municípios brasileiros.
O ex-ministro pediu demissão do comando da pasta logo após a repercussão do escândalo. Ele e os religiosos envolvidos no esquema foram convidados a prestar esclarecimentos na Comissão de Educação do Senado, mas não compareceram.