A rede de restaurantes Madero está sendo bastante rejeitada pelos seus (ex) clientes, tanto que o dono da empresa, Junior Durski, chegou a dizer neste ano que poderia fechar as portas por não conseguir quitar suas obrigações financeiras. Mas essa rejeição não tem ocorrido por acaso.
Bolsonarista, Junior demonstrou todo seu negacionismo no começo da pandemia e gravou um vídeo atacando as medidas de isolamento social e a quarentena. “Não podemos [parar] por conta de 5 ou 7 mil pessoas que vão morrer. Eu sei que é muito grave, sei que isso é um problema, mas muito mais grave é o que já acontece no Brasil”, disse na época. A Covid-19 matou mais de 670 mil brasileiros.
Ele também criticou a CPI da Covid-19, defendendo o empresário Luciano Hang, dono da Havan. “Vai lá, guerreiro, e mostre para aqueles sete palhaços como se faz para ajudar o Brasil. Eles, exceto roubalheira, nunca fizeram nada na raça e na legalidade, nunca ganharam nada! Tamo junto”, comentou Durski.
Tais posicionamentos fizeram com que muitas pessoas deixassem de ir aos restaurantes Madero, gerando prejuízos ao empresário. Em junho do ano passado, em entrevista ao jornal Valor, ele chegou a dizer que poderia fechar as portas, já que suas finanças não eram suficientes para pagar suas dívidas de curto prazo.
“Foram dois materiais de resultados publicados pela empresa desde o início da pandemia e auditores da rede levantaram, em ambos, a existência de ‘incerteza relevante’ e ‘significativa’ relacionada com a continuidade da operação”, explicou na ocasião.
Além disso, a empresa se viu em um grande escândalo ao ser condenada por pagar propina em dinheiro e alimento a funcionários do Ministério da Agricultura. A Controladoria Geral da União (CGU) condenou a rede a pagar multa de R$ 442 mil.
O Madero teve como sócio o apresentador Luciano Huck, que vendeu sua participação na empresa em julho de 2020, meses depois de ter iniciado a pandemia da Covid-19.