PGR quer que ex-presidentes da Petrobras e do BB prestem depoimento sobre Bolsonaro

Atualizado em 4 de julho de 2022 às 17:54
Ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (4) para que os ex-presidentes da Petrobras, Roberto Castello Branco, e do Banco do Brasil, Rubem Novaes, prestem depoimento sobre mensagens que apontariam suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na estatal.

A solicitação foi assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, e encaminhada ao ministro Roberto Barroso, que é relator de um pedido de investigação apresentado na semana passada pelo senador Randolfe Rodrigues.

Lindôra aponta no documento que, no momento, os elementos trazidos pelo parlamentar não são suficientes para a abertura de um inquérito formal. “Todavia, o diálogo mantido e de teor não negado pelos interlocutores suscita maiores esclarecimentos que podem nortear providências investigativas não açodadas ou temerárias”.

“Destarte, para melhor compreender os fatos trazidos aos autos, faz-se necessária a prestação de informações complementares a fim de formar um acervo minimamente seguro para o posicionamento do Ministério Público a respeito da possibilidade de instauração de uma investigação criminal com alguma plausibilidade probatória e empiricamente justificável”, disse a vice-procuradora-geral na manifestação.

Castello Branco, primeiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, disse a Novaes em um grupo de economistas que tinha mensagens que poderiam incriminar o presidente, mas que havia devolvido seu antigo celular corporativo ao deixar o cargo.

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, escreveu.

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, acrescentou. As conversas foram divulgadas pelo Metrópoles.

No depoimento, Castello Branco será questionado sobre quais mensagens em seu antigo celular corporativo poderiam “incriminar” Bolsonaro, além das datas, circunstâncias e contexto em que foram enviadas ou recebidas.

O ex-presidente da Petrobras também deverá explicar por quais motivos não apresentou as informações às autoridades competentes quando teve oportunidade.

Já Novaes deverá explicar o seu histórico de contato com Castello Branco, em qual contexto a conversa estava inserida e se sabe quais são as mensagens e supostos fatos delitivos citados pelo ex-presidente da Petrobras.

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